Este trabalho analisa a situação de migrantes e refugiados no Brasil, cujos fluxos têm sido crescentes nas relações internacionais contemporâneas. A fim de alcançar esse objetivo, apresenta resultados de pesquisa realizada em regiões fronteiriças dos extremos norte e sul do país, nas cidades do Oiapoque/AP e de Santana do Livramento/RS respectivamente. Os dados obtidos apresentam uma tendência nítida: a maioria desses migrantes e refugiados, que apresentavam algum nível de insegurança alimentar no momento da entrevista, disseram que ficariam em qualquer cidade ao longo do caminho da migração se essa cidade oferecesse possibilidades constantes de acesso a comida. Nesse contexto, com base em conceitos consagrados como os de “corredores transfronteiriços” e de “corredores humanitários”, propõe-se o conceito de “corredores alimentares”, que podem ajudar a diminuir a pressão sobre os destinos migratórios ou até mesmo facilitar o retorno dos migrantes ao seu local de origem quando da conclusão dos fenômenos que motivaram seu deslocamento, como conflitos armados ou intempéries climáticas.