Título: 18 indiciados na fraude do leite
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 20/05/2008, País, p. A6

Cooperativas são acusadas de lesar o consumidor com produto ruim.

Belo Horizonte

O Ministério Público Federal em Uberaba (MG) denunciou, ontem, 18 pessoas por crime contra a saúde pública e por formação de quadrilha, que foram investigadas na Operação Ouro Branco, em outubro do ano passado. São acusadas de envolvimento em um esquema de fraude no leite supostamente praticado por duas cooperativas mineiras ¿ a Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande (Copervale), com sede em Uberaba, e a Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro (Casmil), de Passos.

A denúncia encerra o inquérito policial que tramitou na 1ª Vara da Justiça Federal em Uberaba. Na denúncia, a Procuradoria relata, com detalhes, todo o esquema de adulteração do leite ocorrido na Copervale, e que consistia na adição ao produto de substâncias nocivas à saúde e capazes de reduzir seu valor nutricional.

Dois anos

De acordo com a Procuradoria, a fraude vinha ocorrendo há aproximadamente dois anos. O leite chegava dos produtores rurais e, durante o beneficiamento, uma solução química, composta por soda cáustica, ácido cítrico, citrato de sódio, sal, açúcar e água era adicionada ao produto para aumentar o volume e prazo de validade.

Segundo os depoimentos prestados durante o inquérito, a cooperativa beneficiava por dia 120 mil litros de leite, mas a fraude era realizada somente no leite longa vida integral.

Foram denunciados o diretor-presidente da Copervale, Luiz Gualberto Ribeiro Ferreira, que foi quem determinou a adição da solução química, com o objetivo de auferir maior lucratividade com a venda do produto; Borges, o engenheiro químico que criou a fórmula; o fiscal agropecuário federal Afonso Antônio da Silva, que era conivente com o esquema; o gerente industrial da Copervale responsável por supervisionar o processo de adulteração, Romes Monteiro da Fonseca Júnior, além de todos os funcionários. (Folhapress)