Correio Braziliense, n. 21737, 21/09/2022. Política, p. 2

...E é alvo de protestos e ações



Horas antes de o presidente Jair Bolsonaro (PL) discursar na Assembleia-Geral das Nações Unidas, ontem, críticas contra ele foram projetadas na lateral da sede da ONU, em Nova York, nos Estados Unidos.

A intervenção, que foi organizada pelo U.S. Network for Democracy in Brazil, chamou o presidente de “Brazilian shame” (“vergonha brasileira”, em tradução livre), além de “mentiroso” e “desgraça”.

Segundo a organização, a projeção foi feita em contraponto ao discurso do candidato à reeleição. “Se Bolsonaro vai usar o prédio da ONU como palanque, nós vamos usá-lo para denunciar esse homem que é uma verdadeira vergonha nacional”, justificou a U.S. Network for Democracy in Brazil. O termo “Bolsonaro vergonha mundial” ainda entrou para os trending topics do Twitter.

Também houve projeção de mensagens críticas a Bolsonaro no Empire State Building, um dos cartões-postais de Nova York. Ganharam destaque no edifício a palavra “Broxonaro”, numa alusão à declaração do presidente de que “imbrochável”; e a frase “tchutchuca do Centrão”, repetição da fala de um youtuber contra o chefe do Executivo pela aliança que ele fez com o grupo de partidos políticos para aprovar, no Congresso, pautas de interesse do governo. 

 

Judicialização

As campanhas dos candidatos à Presidência Ciro Gomes (PDT) e Soraya Thronicke (União Brasil) pediram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que proíba Bolsonaro de usar em sua campanha imagens do discurso que ele fez na Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU). Também solicitam que o presidente seja investigado por abuso de poder político e econômico.

O motivo é possível favorecimento da campanha de Bolsonaro pelo uso de aparato estatal para promover sua candidatura, ferindo a isonomia entre candidatos.

As duas campanhas também foram ao TSE para pedir a proibição da divulgação do discurso de Bolsonaro a apoiadores na sacada da embaixada brasileira em Londres. Bolsonaro foi ao Reino Unido no último fim de semana para participar do funeral da rainha Elizabeth II. O ministro Benedito Gonçalves concedeu uma liminar na última segunda-feira, determinando a exclusão de conteúdos já publicados nesse contexto.