O Globo, n. 32737, 25/03/2023. Política, p. 6

Defesa de Bolsonaro entrega joias na caixa e armas na PF

Gabriel Sabóia


A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro entregou ontem as joias dadas por autoridades sauditas e que estavam com ele. A entrega foi feita numa agência de penhor da Caixa Econômica Federal de Brasília.

O estojo com as joias (caneta, relógio, anel, abotoaduras e uma espécie de rosário) foi oferecido a Bolsonaro pelo governo da Arábia Saudita em 2021. O pacote entrou no país na mala de integrantes da comitiva brasileira que retornava ao país, após missão oficial no Oriente Médio. Também foram entregues, mas à Polícia Federal, as armas que Bolsonaro recebeu de presente dos Emirados Árabes em 2019. O Exército informou ter emitido a guia de tráfego para o transporte dos equipamentos, um fuzil e uma pistola. As armas foram apresentadas pelo advogado do ex-presidente, Paulo Cunha, que chegou acompanhado do subtenente do Exército Osmar Crivelatti.

O militar carregava uma bolsa com o fuzil. De acordo com o Exército, os equipamentos haviam sido registrados por Bolsonaro e estão regulares perante a Administração Militar. Na semana passada, o plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) deu prazo de cinco dias para que as armas fossem para a Secretaria-Geral da Presidência. Mas, na última quarta-feira, a Corte reformulou o entendimento e decidiu pela entrega à Polícia Federal.

Retorno ao Brasil

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, confirmou que Bolsonaro voltará ao Brasil no próximo dia 30. Ele está nos Estados Unidos desde dezembro, mês em que deixou a Presidência da República. Bolsonaro desembarcará em Brasília às 7h30m. “Ficamos no seu aguardo Capitão, para juntos lutarmos por um Brasil mais justo e livre”, disse Valdemar em um comunicado publicado nas redes sociais do partido.

Ao chegar, ele encontrará um plano de ação que vem sendo montado pelo PL para usar sua imagem e a da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, cujo objetivo é triplicar o número de prefeituras comandadas pelo partido ao fim da eleição municipal do ano que vem, saltando das atuais 343 para pelo menos 1 mil. Valdemar quer que Bolsonaro e Michele comecem a viajar no primeiro semestre para arregimentar apoios e fortalecer a legenda para a disputa do ano que vem, que ocorrerá em outubro de 2024. Uma das possibilidades é que o ex-presidente retome as motociatas que marcaram suas passagens por diversas cidades durante a campanha eleitoral do ano passado.