Lucas Melo / GUARUJÁ ESPECIAL PARA O ESTADÃO

O presidente Jair Bolsonaro criticou o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) por não pautar a sabatina de André Mendonça na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, primeira etapa para a análise do nome do ex-ministro da Justiça para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal

Federal. Em entrevista coletiva no Guarujá (SP), onde passa o feriado prolongado, Bolsonaro insinuou que o parlamentar estaria travando a apreciação por interesses pessoais. "A indicação é minha. Se ele quer indicar alguém para o Supremo (...), ele se candidata a presidente ano que vem", afirmou Bolsonaro, que anunciou o nome de Mendonça em julho e até agora vinha evitando atacar abertamente Alcolumbre.

Na semana passada, o presidente da CCJ disse que ainda não pautou a sabatina por não haver "consenso" em torno da indicação de Mendonça (nos bastidores, Alcolumbre vinha defendendo o nome do procurador-geral da República, Augusto Aras, para a vaga). Segundo Bolsonaro, o parlamentar estaria se antecipando ao plenário da Casa e impedindo a votação. "Ele pode votar contra, mas o que ele está fazendo não se faz", reclamou, sugerindo ainda que o senador seria ingrato: "(Alcolumbre) teve tudo o que foi possível durante os dois anos comigo e de repente não quer o André Mendonça". Mendonça é pastor presbiteriano, e a indicação é importante para o presidente por ser um aceno ao eleitorado evangélico.

Bolsonaro repetiu críticas ao uso de máscaras e ao "passaporte da vacina" e disse "não dar bola" para a multa que levou da prefeitura de Peruíbe por circular sem a proteção no rosto, na cidade