O Estado de S. Paulo, n. 46705, 01/09/2021. Política, p. A4

Governos reforçam ações contra violência em atos

Caio Sartori
Tulio Kruse



O temor por confrontos ou atos de violência nas manifestações programadas para o 7 de Setembro levou governos nos Estados e no Distrito Federal e o Supremo Tribunal Federal a adotar medidas para garantir a segurança pública nas principais capitais do País. O planejamento visa a evitar que atos a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro resultem em algum tipo de conflito nas ruas.

Em São Paulo e Brasília, a preocupação é maior pelo fato de Bolsonaro ter anunciado presença nas manifestações. Revistas em busca de armas estão previstas nos locais dos atos. Na capital federal, o Supremo – alvo de convocações bolsonaristas – decidiu fechar as portas na véspera do feriado. A Corte informou que vai decretar ponto facultativo no dia 6 para "facilitar os preparativos de segurança".

Manifestações a favor do governo estão previstas em todas as regiões do País. O tradicional Grito dos Excluídos, promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no Dia da Independência, prevê atos em 63 municípios em 21 Estados.

Presidente da Comissão de Ação Transformadora da CNBB, d. José Valdeci Santos Mendes, disse que a entidade tem "uma preocupação muito grande" com possíveis episódios de violência. "Precisamos ter cuidados, mas temos o dever de dizer que não estamos satisfeitos."

Grupos bolsonaristas e oposicionistas se encontraram brevemente na sede do Comando de Policiamento de Área Metropolitano 1, na Liberdade, região central de São Paulo. Eles ouviram de comandantes da PM pedidos para que todos colaborem. Os PMS no entorno dessas manifestações devem revistar participantes e carros de som e veículos.

Em Brasília, o Grito está marcado para a Torre de TV, a menos de 2 km da Esplanada dos Ministérios, onde Bolsonaro deve discursar. O governo do DF informou ontem que a Esplanada deve ser reservada para bolsonaristas. / Colaborou Lauriberto Pompeu