O Estado de S. Paulo, n. 46657, 15/07/2021. Metrópole, p. A19

Ministro diz que País não usará Covaxin e Sputnik este ano

Sofia Aguiar


O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou ontem que o número de doses já contratadas pelo Plano Nacional de Imunizações (PNI) será suficiente para vacinar toda a população brasileira acima de 18 anos com as duas doses anticovid até o fim deste ano. Como o volume total estimado já tem aval da Anvisa, o ministro disse não ver necessidade de adquirir doses adicionais, como as da indiana Covaxin e da russa Sputnik V.

Segundo Queiroga, o País comprou um total de 600 milhões de doses, das quais 100 milhões entregues até agosto. A informação foi dada em audiência na Comissão de Seguridade Social da Câmara.

Transformada em alvo de investigação na CPI da Covid, no Senado, a Covaxin teve o contrato de compra suspenso por "questão de conveniência e oportunidade". De acordo com Queiroga, o contrato para aquisição dessa vacina foi fechado antes de sua gestão. Ele ressaltou que exonerou Roberto Dias, diretor de Logística da pasta, acusado de pedir propina de US$ 1 por dose em troca da assinatura do contrato. E acrescentou que o ministério "não conta, dentro do PNI, com agentes imunizantes que não tenham obtido aval da Anvisa".

A meta da pasta, de acordo com o ministro, é antecipar a entrega das doses. Segundo Queiroga, o ministério conseguiu as antecipações de 1,8 milhão de doses da Janssen previstas para o último trimestre deste ano e de 7 milhões de doses da vacina da Pfizer para julho, "o que garante à campanha avançar com efetividade".

Na audiência, o ministro considerou "fundamental que governo federal atue em absoluta sintonia com o Congresso" para ter um orçamento "compatível com a necessidade de enfrentamento". Sua expectativa é "de um orçamento talvez maior do que o Ministério dispôs nos últimos anos e, creio, que ainda é pouco para o que nós temos que enfrentar".