O Estado de S. Paulo, n. 46657, 15/07/2021. Metrópole, p. A18

3 perguntas para...

Entrevista: Renata Libonati, professora do Depto. de Meteorologia da UFRJ


1. O que os resultados do estudo indicam para o futuro?

Dado que a floresta, em vez de equilibrar a crise climática, está contribuindo para piorar, isso faz com que a gente tenha cada vez mais uma aceleração do aquecimento global. Essa aceleração vai aumentar a probabilidade de mais secas na região amazônica em temperaturas mais elevadas.

2. Quais são os efeitos colaterais para o Brasil e para o planeta?

Se a Amazônia perder a capacidade de remover o dióxido de carbono da atmosfera, isso pode levar ao aumento da temperatura do planeta. E esse fato, por sua vez, faz com que a região fique mais propensa às secas. Ou seja: cada vez menos úmida. Assim, faz com que haja redução de umidade no Centro-sul, incluindo a Região Sudeste.

3. O que fazer para evitar um dano maior?

É necessário não apenas conter as emissões de gases do efeito estufa. Diminuir o desmatamento na Amazônia é mais do que urgente. Além disso, um clima mais quente e um cenário de maior desmatamento estão ligados à maior ocorrência do fogo. Onde tem fogo há mais emissão de CO2. Então, para conter esse declínio da Floresta Amazônica como um absorvedor de CO2, precisamos enfrentar de forma séria as mudanças climáticas./ Ítalo Cosme