Onze partidos acionaram ontem o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o presidente Jair Bolsonaro seja obrigado a prestar esclarecimentos e a apresentar provas sobre os ataques feitos às urnas eletrônicas. A petição é assinada por MDB, Solidariedade, PT, PDT, PSDB, PSOL, Rede, Cidadania, PV, PSTU e PCdoB.

O pedido de interpelação foi encaminhado ao corregedor-geral eleitoral, ministro Luís Felipe Salomão. A maioria dos partidos que assina a petição é de oposição, mas o movimento também contou com siglas que têm aliados de Bolsonaro no Congresso, como MDB e Solidariedade.

Na transmissão ao vivo pela internet em que prometia apresentar provas de fraude nas urnas eletrônicas, na quinta-feira passada, Bolsonaro exibiu vídeos que circulam há anos nas redes e nada comprovam e expôs análises enviesadas sobre apuração dos votos. E admitiu não ter provas, mas "indícios" de irregularidades no sistema.

A petição diz que "não se pode ignorar as banalidades divulgadas" pelo presidente, classificando como "levianas" suas palavras. Bolsonaro foi questionado formalmente pelo TSE sobre as declarações, mas não apresentou nenhuma prova de irregularidade. A proposta de instituição do voto impresso, patrocinada pelo Planalto, é considerada "enterrada" no Congresso pela própria base de apoio ao governo, incluindo o Centrão.

Ontem, em Presidente Prudente (SP), o presidente voltou a atacar o sistema eleitoral e defendeu "eleições limpas". "Não aceitaremos uma farsa." Ele participou de uma motociata e foi multado pela terceira vez em território paulista por não usar máscara. O esquema de segurança para a visita do chefe do Executivo custará mais de R$ 300 mil aos cofres públicos, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

Atos pró-voto impresso, convocados por apoiadores do presidente, estão marcados para hoje em capitais.