O Estado de S. Paulo, n. 46644, 02/07/2021. Economia & Negócios, p. B1

Maio tem abertura de 280 mil postos formais, indica Caged

Eduardo Rodrigues
Lorenna Rodrigues


Após perder fôlego em março e abril com a segunda onda da pandemia, a criação de vagas de emprego com carteira assinada voltou a acelerar em maio. Foram abertos 280.666 postos de trabalho formais no quinto mês do ano, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério da Economia.

O resultado de maio decorreu de 1,548 milhão de admissões e 1,268 milhão de demissões. Em maio de 2020, foram fechadas 373.888 vagas com carteira assinada.

No acumulado dos cinco primeiros meses de 2021, o saldo é positivo em 1,233 milhão de vagas.

No mesmo período do ano passado, houve destruição de 1,144 milhão de postos formais. O ministro da Economia, Paulo Guedes, considerou o resultado uma "excelente notícia".

"A economia brasileira continua surpreendendo. Todas as regiões, setores e Estados registraram criação de novos empregos. Está confirmada uma recuperação

brasileira abrangente. O ritmo está bastante rápido", destacou. "Esperamos que medidas que vêm sendo tomadas pelo governo acelerem o processo de criação de emprego. Vêm novidades por aí", acrescentou.

A abertura líquida de vagas de trabalho em maio foi novamente puxada pelo desempenho do setor de serviços no mês, com a criação de 110.956 postos formais, seguido pelo comércio, que abriu 60.480 vagas. Já a indústria geral criou 44.146 vagas em maio, enquanto houve um saldo de 42.526 contratações na agropecuária. Na construção civil, foram criadas 22.611 vagas.

O mercado financeiro já esperava um novo avanço no emprego no mês, mas o desempenho veio acima da maioria das estimativas dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast. Para o economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo, a melhora da situação sanitária no País impulsionou a reabertura da economia. "O mais importante é a volta forte dos serviços, 111 mil novos postos formais no setor é um sinal de que a redução do número de casos e mortes por covid19 está fazendo efeito, a economia está voltando", explica.

O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, adiantou que o governo não vê necessidade neste momento de prorrogação do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm), relançando em abril por mais quatro meses. O programa permite às empresas reduzirem salários e jornada ou suspenderem contratos. Em contrapartida, o governo paga um auxílio aos trabalhadores atingidos.

"Se for necessário, analisaremos. Mas tudo indica que, com o casamento entre a política de vacinação, a retomada de vagas formais de emprego e novas políticas que virão no pós-pandemia, o BEm não precisará ser renovado nesses moldes", disse.