O Estado de S.
Paulo, n. 46632, 20/06/2021. p. A1
500 mil mortes. E sem fim
ainda à vista
O Brasil chegou ontem a 500.868 mortos por
covid-19. Com vacinação lenta, baixa adesão ao isolamento social e sem política
nacional de testagem em massa, também é o país com o maior número de óbitos
pela doença em 2021. Pela primeira vez desde o início da pandemia, a maioria
dos novos óbitos registrados em território brasileiro em junho não foi de
idosos. Apesar de alguns governadores projetarem vacinar toda a população de
seus Estados com pelo menos uma dose até o fim de agosto, a incerteza na
entrega de vacinas e o surgimento de novas variantes tornam o futuro da
epidemia incerto no País. O distanciamento social é um dos pilares do controle
do coronavírus, mas o Brasil nunca conseguiu, de fato, implementar essa medida.
Especialistas ressaltam que o País também deveria ter apostado em uma política
de testagem em massa, o que não ocorreu. Falharam também campanhas de
conscientização sobre a doença. Resta, portanto, esperar que as promessas de
vacinação se cumpram. Ontem, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, lamentou
nas redes sociais as "500 mil vidas perdidas pela pandemia que afeta o
Brasil e o mundo”.