Título: Brasília cria opção de lazer
Autor: Adriana Bernardes
Fonte: Jornal do Brasil, 10/08/2005, Brasília, p. D4

Começa a implantação do Parque das Aves em área do Metrô, diante do Zoológico

Passarelas suspensas conduzem a um passeio que permite a contemplação da paisagem do alto. Três grandes construções - um centro cultural, um restaurante e um centro de vida sustentável, voltado para a educação ambiental - são tão integradas à natureza, que o visitante poderá andar sobre elas. Isso sem falar das opções de lazer como brinquedos, espaços para tomar sol e espelhos d'água. Assim deverá ser o Parque das Aves, que fica diante do Zoológico de Brasília e perto da estação do Terminal Asa Sul do Metrô. Com 83 hectares, foi criado em 1996, mas só agora será implementado como forma de compensação ambiental do Metrô.

- É uma contrapartida do Metrô para qualquer dano ambiental em função da construção dos 44 km de linha. Assumimos o compromisso de investir 0,5% do orçamento em compensação ambiental em áreas apontadas pelos órgãos do setor - explica Paulo Victor Rada de Rezende, diretor-financeiro do Metrô.

Paulo Rada não soube informar quanto será investido na implantação do parque, porque o projeto executivo, que discrimina os custos, será elaborado a partir de agora. Mas o compromisso é de concluir o projeto em três anos.

Concurso - O proposta de uso e ocupação do solo, foi escolhida em um concurso nacional. Um grupo de arquiteto de Brasília, formado por três recém-formados e dois professores da UnB, saiu vencedor e recebeu R$ 40 mil em prêmio.

- Não esperávamos. O projeto é bem diferente, muito lúdico e, por isso, achávamos que, no máximo, receberíamos um menção honrosa - conta Paula Farage Knupp.

Interação - O Parque das Aves será bem diferente dos que já existem hoje em Brasília. Segundo Vanessa Matos, outra arquiteta da equipe, uma das preocupações do grupo foi privilegiar o meio ambiente de modo que as estruturas físicas passassem despercebidas pelo visitante. Ela cita como exemplo o Centro Cultural.

- Usamos a técnica do enterrado e desenterrado. Grande parte do Centro Cultural ficará debaixo do solo. Por cima, no telhado, terá grama por onde as pessoas poderão caminhar. Além de integrar a construção ao meio ambiente, ela tem outra função que é a de reter água da chuva que será reaproveitada pelo próprio edifício - explica.

Para atrair aves e fazer jus ao nome, a área será reflorestada com árvores frutíferas e típicas do cerrado e muitas flores.

- Como o Zoológico fica alí pertinho, o parque será um outro refúgio para as aves - afirma Paula Farage.

No local ainda funciona um canteiro de obras do Metrô que deverá ser desativado até dezembro desse ano.