O Estado de S. Paulo, n. 46621, 09/06/2021. Metrópole, p. A16

Araraquara já tem fila de UTI e risco de lockdown

José Maria Tomazela


Pela primeira vez depois de ter conseguido reduzir os números da pandemia com o fechamento total das atividades, a cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, voltou a atingir nesta terça-feira índice de covid-19 suficiente para a decretação de um novo lockdown. De 563 amostras analisadas, 21,13% deram positivo para o coronavírus. Se o índice acima de 20% for mantido por mais dois dias, o fechamento das atividades será automático, segundo decreto municipal. É também a primeira vez nos últimos 90 dias que a cidade volta a ter pacientes à espera de leitos de UTI.

Araraquara decretou lockdown de dez dias em fevereiro deste ano e conseguiu uma grande redução nos casos da doença. Agora, volta a viver um novo pico da pandemia e está em situação de alerta máximo, segundo o prefeito Edinho Silva (PT). “Nossa situação, infelizmente, é gravíssima. Hoje, Araraquara alcançou pela primeira vez o índice que estabelece o fechamento das atividades em nossa cidade. Se ficar assim por mais dois dias, haverá o fechamento automático. É hora de termos consciência, pois ainda dá para evitar”, disse.

De acordo com o decreto municipal, também fecham as atividades, incluindo as essenciais, se os testes positivos em indivíduos sintomáticos ultrapassarem 30% por três dias consecutivos ou cinco dias alternados durante uma semana. Esse índice chegou a 28,32%, muito próximo do limite. O fechamento será de no mínimo sete dias. A cidade relata 197 pacientes internados, sendo 93 em UTI. “Pela primeira vez em 90 dias estamos com pacientes na UPA da Vila Xavier, até dois intubados, aguardando leitos e não temos”, disse o prefeito. 

Outro caso. Em Presidente Prudente, também no interior paulista, o Ministério Público Estadual recomendou que a prefeitura decrete lockdown de 15 dias para frear a pandemia.