Correio Braziliense, n. 21376, 24/09/2021. Política, p. 2

Renan e Jorginho em dia "descontrolado"



A irritação com o silêncio do diretor institucional da Precisa Medicamentos, Danilo Trento, contaminou os integrantes da comissão e, por causa disso, faltou pouco para os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Jorginho Mello (PL-SC) trocarem socos. A confusão começou quando o empresário novamente se esquivou de responder a uma pergunta do relator e se escudou no direito de silenciar, conforme habeas corpus obtido no Supremo Tribunal federal (STF).

"Eles se recusam a explicar, sem transparência nenhuma. Foi essa gente que foi escolhida pelo presidente da República para comprar vacina, quando recusava comprar vacina Pfizer, Butantan, OMS. É por isso que tem aumentado a cada dia a percepção de que o governo é um governo corrupto", acusou Renan.

Jorginho retrucou e tentou defender o presidente. "Não foi o governo que escolheu (as empresas). Foram os picaretas que tentaram vender. O senhor não tem envergadura para falar do presidente", bradou.

Renan disse, então, que não permitia que Jorginho o interrompesse. O governista partiu para ofensiva e mandou o relator ir para "os quintos". Calheiros respondeu: "Vá vossa excelência com seu presidente. E com Luciano Hang (empresário dono da Havan, que será convocado para a CPI na próxima quarta-feira, amigo de Jorginho)".

O senador catarinense se incomodou e resolveu subir o tom mais uma vez: "Lave sua boca para falar do Luciano Hang". Renan não fez por menos e chamou Jorginho de "vagabundo", que devolveu a ofensa classificando o alagoano de "bandido" e "picareta". Nesse momento, os dois estavam de pé, a ponto de se atracarem. A turma do "deixa disso", porém, interveio e afastou os dois exaltados.

Nesse momento, chamavam a atenção a tranquilidade do presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), de Izalci Lucas (PSDB-DF) — que viam algo no celular —, e de Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que também nem se abalou — enquanto Humberto Costa (PT-PE), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Otto Alencar (PSD-BA) e Eduardo Girão (Podemos-CE) tentavam afastar os brigões. (JV e RF)

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