Título: Auditores ficarão detidos
Autor: Guilherme Queiroz
Fonte: Jornal do Brasil, 03/05/2005, Brasília, p. D3

Desembargador nega habeas corpus para chefes

Apesar das tentativas dos advogados, os 13 acusados de envolvimento no esquema de propinas dentro do Fisco do DF terão de passar mais uma noite na cadeia. Ontem, o desembargador Paulo Guilherme Vaz de Mello, da 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do DF (TJDF), negou pedido de habeas corpus para relaxar a prisão dos dois principais suspeitos de liderarem a quadrilha. Hoje, a Polícia Civil deve cumprir mais dois mandados de busca e apreensão em empresas que teriam cooperado com o esquema. O desembargador negou o habeas corpus dos auditores Sônia Maria de Andrade Santos e Sami Kuperchmit. A polícia aponta os dois, ambos funcionários de carreira do Fisco local, como os líderes de um esquema que teria lesado em R$ 50 milhões os cofres do GDF, apenas nos últimos seis meses. Vaz de Mello também negou o relaxamento das prisões da advogada Tamara Kuperchmit, filha de Sami, e Lincoln Trindade Neto, companheiro de Sônia.

Nos pedidos de habeas corpus, os advogados tentaram argumentar que a prisão preventiva dos acusados, decretada pela Justiça, poderia ser revogada sob justificativa que a liberdade dos acusados não prejudicaria as investigações da polícia. Na sexta-feira, os pedidos de habeas corpus já haviam sido negados pela Justiça. Os acusados ainda podem ser liberados pela 2ª Turma Criminal, no julgamento do mérito do pedido.

Ontem, a polícia começou a ouvir testemunhas e empresários que foram indiciados nos 23 inquéritos instaurados para o caso. Segundo o diretor do Departamento de Atividades Especiais da Polícia Civil, delegado Celso Ferro, outras duas empresas serão alvo de operação de busca e apreensão ainda hoje. Na sexta-feira, a Gráfica Ipiranga e a Editora e Gráfica Web foram devassadas. A polícia busca, em computadores e documentos, índicios que liguem aàs empresas aos auditores suspeitos.

- Nós vamos juntar os depoimentos com as provas materiais para fechar o cerco a todos envolvidos no esquema - afirma Ferro.