Correio Braziliense, n. 21479, 06/01/2022. Cidades, p. 13

Parlamentar confia em reeleição
Maria Eduarda Angeli*


Apoiadora de primeira hora do atual governo federal, a presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, Bia Kicis (PSL-DF), foi a entrevistada de ontem do CB.Poder,  programa que é uma parceria entre o Correio e a TV Brasília. Na conversa com a jornalista Deni se Rothenburg, a deputada abordou suas pretensões políticas para 2022 e o cenário  pré-eleitoral.

De acordo com a parlamentar, ela está conversando com possíveis partidos e avaliando para onde  deve migrar nas próximas eleições. Bia destacou que percebeu uma receptividade muito grande por  parte do Partido Liberal (PL), o mesmo em que o presidente Jair Bolsonaro é filiado. “As coisas estão caminhando bem para eu seguir para o PL”, afirmou.

Definição 

Questionada sobre para qual cargo concorrerá em outubro, a parlamentar contou que está definindo e  vai considerar o posicionamento da Ministra da Secretaria de Governo da Presidência da  República, Flávia Arruda (PL). “Eu acho que o principal, agora, é a Ministra Flávia se definir.  Acho que se ela for para o Senado, seria bacana a gente se apoiar, aí eu vou para a Câmara. Se ela  decidir ir para o governo, a gente abre um outro tipo de negociação, mas acho que é mais provável  ela ir para o Senado”.

Sobre as recentes especulações de uma saída de Flávia Arruda do governo federal, a parlamentar disse não acreditar nessa possibilidade e lembrou que o presidente  Bolsonaro “é bem enfático em não demitir ministros pela imprensa”. A respeito desse episódio, ela  aproveitou para afirmar que não há estremecimento na base política do presidente, embora reconheça que alguns partidos de apoio podem ter certa dificuldade em formatar alianças, em casos  como os estados do Nordeste.

Ela afirmou que, em recente conversa com o presidente do partido Republicanos, Marcos Pereira, ele reiterou o apoio do par tido ao presidente Bolsonaro, em que pesem algumas vozes destoantes estaduais. Até por isso, ela  descartou a criação de uma federação partidária nos estados.

Bia Kicis foi otimista quanto aos apoios que o presidente Jair Bolsonaro deve ter na capital federal. “Brasília é um dos locais onde o presidente teve o maior número de eleitores. Então, a base dele aqui é muito grande”, lembrou. Ela minimizou eventuais desgastes eleitorais e afirmou  “que quem quiser estar bem eleitoralmente” apoiará o chefe do Executivo federal.

Quanto à relação com o governador Ibaneis Rocha, a deputada ponderou que é “preciso caminhar  mais” para uma composição. “Possível é, mas vai depender muito da posição da ministra Flávia  Arruda, vai depender de onde ela vai caminhar”, avaliou, embora reconheça que muitas vezes o presidente prefere “não entrar na questão do governo local. É  precipitado falar desse apoio”, acautelou-se.

Apostas  A presidente da CCJ disse não apostar em uma terceira via, afirmando que o cenário das eleições  presidenciais deve ser polarizado. “Acho que vamos chegar em outubro com presidente Bolsonaro e Lula, o ex-condenado. Me entristece muito ver um ex-condenado concorrendo. A gente vê  que a situação eleitoral do Brasil está bastante complicada, mas acho que vai ser isso mesmo”,  lamentou.

Sobre o receio de que o atual chefe do Executivo falte novamente aos debates eleitorais, em razão  de seu estado de saúde, Kicis diz que não vê a possibilidade de ausências se ele estiver em  condições. “É importante lembrar que o presidente Bolsonaro sempre foi um atleta. Ele foi o 01  da turma dele de educação física, então ele é uma pessoa muito forte. Mas aquele atentado  realmente mexeu com a saúde dele”, comentou.

Kicis acredita que há possibilidade de votar alguns projetos durante o primeiro semestre de 2022,  e destacou sua preferência pela aprovação da reforma tributária proposta pela PEC 7/20, de  autoria de Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP): “Eu apostaria muito nessa reforma, acho que ela traria benefícios demais para o governo e para os brasileiros.” Durante a entrevista, a deputa fez questão de frisar seu posicionamento quanto à vacinação in fantil contra a covid-19. Para ela, o direito de escolha é dos pais: “Luto pelos direitos dos pais  de escolherem. Não podemos estatizar nossas crianças”. Para conferir a entrevista na íntegra,  acesse o canal do Correio no YouTube.