Correio Braziliense, n. 21477, 04/01/2022. Economia, p. 6

Balança comercial tem superavit de US$ 61 bi
Gabriela Bernardes*
Maria Eduarda Angeli*


A balança comercial brasileira registrou superavit de US$ 61 bilhões em 2021, de acordo com dados divulgados, ontem, pelo  Ministério da Economia. O valor veio abaixo dos 70,9 bilhões previstos pelo governo, embora tenha  sido considerado “uma surpresa positiva” pelo secretário de Comércio Exterior do Ministério da  Economia, Lucas Ferraz, e pelo subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio  Exterior, Herlon Brandão.

O valor superou em 21,1% o saldo positivo de US$ 50,4 bilhões verificado em 2020. O resultado  foi recorde da série histórica, mas não deve manter o mesmo ritmo neste ano. “A economia  mundial converge, gradualmente, em 2022, para seu equilíbrio de longo prazo, com taxas de  expansão menos exorbitantes. Com a previsão de crescimento também mais baixo da economia  brasileira, é natural que a gente anteveja um volume importado um pouco menor”, avaliou Lucas Ferraz.

Em dezembro, as exportações somaram US$ 24,34 bilhões e as importações, US$ 20,42 bilhões, com  saldo positivo de US$ 3,95 bilhões e corrente de comércio de US$ 44,78 bilhões.

Exportação em alta  Já ao longo dos últimos 12 meses, as exportações totalizam US$ 280,39 bilhões, com alta de 34%.  As vendas para a China, maior parceiro comercial do país, cresceram 28%. As exportações para os  Estados Unidos tiveram incremento de 44,9% e as vendas para a União Europeia aumentaram 3,1%.  Também subiram (37%) as vendas para o Mercosul.

As importações, por outro lado, cresceram 38,2% em 2021, totalizando US$ 219,38 bilhões. A alta,  segundo o governo, está relacionada ao aumento na importação de combustíveis e energia  elétrica, reflexo da crise hídrica enfrentada pelo país, além de compras de itens como vacinas e  insumos industriais. Além disso, a desvalorização do real, que deixou mais caros os itens importados, também contribuiu para o resultado. A corrente de comércio  (soma de importações e exportações) alcançou US$ 499,78 bilhões, alta de 35,8%.

O pico de importações diárias foi em novembro e, agora, está desacelerando. Herlon Brandão  afirmou que o cenário está dentro da normalidade: “É uma questão sazonal. Em dezembro, há uma  importação mais baixa por conta de uma menor produção brasileira no começo do ano”, disse. Esse  recuo nos níveis produtivos se deve, principalmente, ao período de férias dos funcionários  nesta época.

Segundo o ministério, o incremento das exportações foi majoritariamente puxado pelo setor  agropecuário soja, café não torrado, trigo e centeio. Entre os demais produtos relevantes estavam óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, gás natural, entre outros.

*Estagiárias sob a supervisão de Odail Figueiredo