Correio Braziliense, n. 21179, 20/05/2021. Política, p. 4

Ação foi "exagerada"


Ao tomar conhecimento da operação, o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles foi à sede da Polícia Federal, em Brasília, acompanhado de um assessor armado, para tentar conseguir mais informações do inquérito. No entanto, não obteve sucesso e foi avisado de que a corporação não poderia fornecer mais detalhes porque a apuração corre sob sigilo.

Na sequência, ele se reuniu com Jair Bolsonaro e com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, de cuja pasta a Polícia Federal faz parte. Os dois ministros tentaram detalhar ao presidente os efeitos da investigação e Salles recebeu afagos do presidente, que disse ainda confiar no trabalho dele.

Mais tarde, em entrevista, o ministro repudiou a ação da PF, que segundo ele foi "exagerada e desnecessária". Salles ainda garantiu que as ações criminosas que lhe vêm sendo atribuídas "jamais aconteceram".

"Vou fazer aqui uma manifestação de surpresa com essa operação que eu entendo exagerada, desnecessária. Até porque, todos, não só o ministro, como todos os demais que foram citados e foram incluídos nessa investigação estiveram sempre a disposição para esclarecer quaisquer questões", explicou o ministro.

Ele reiterou que "não há substância em nenhuma das acusações" que constam na investigação. "Me parece que esse é um assunto que vai ser esclarecido com muita rapidez, porque, efetivamente, tanto como eu já disse, o ministério, quanto o Ibama, agem de acordo com a lei e de acordo com as melhores regras", afirmou.