Correio Braziliense, n. 21429, 17/11/2021. Cidades, p.13

Candidatos debatem o futuro da OAB-DF

Cibele Moreira
Júlia Eleutério
Samara Schwingel


As eleições para a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil seccional do Distrito Federal (OAB-DF) estão marcadas para este domingo. Com a proximidade do pleito, o CB.Poder — programa do Correio Braziliense em parceria com a TV Brasília — realizou, ontem, uma edição especial com os cinco candidatos ao cargo. A ordem das entrevistas foi sorteada e, com mediação da jornalista e colunista Ana Maria Campos, os advogados defenderam as teses e propostas das respectivas chapas para o futuro da instituição.

Cada candidato teve 15 minutos para discursar e responder às perguntas. Entre os temas estavam alinhamento com o Governo do Distrito Federal (GDF), propostas de gestão financeira, ações realizadas durante a pandemia de covid-19, atuação dos advogados nos tribunais e ideias para o triênio de 2022-2024. As eleições para a presidência da OAB-DF ocorrerão por meio da plataforma on-line da instituição.

União entre instituições

O primeiro na ordem sorteada a ser entrevistado foi o atual presidente da OAB-DF, Délio Lins e Silva Junior, da chapa 20. Advogado criminalista, ele não iria se candidatar à reeleição, mas, devido à pandemia, optou por tentar seguir no cargo. “Eu não tinha a menor pretensão de ser candidato à reeleição. A pandemia tirou dois anos do nosso mandato. Em alguns projetos, a pandemia atrapalhou. Então, nós nos reunimos com os possíveis pré-candidatos. Entre eles, decidiram que o melhor nome para dar continuidade seria o meu”, explicou.

 Em retrospectiva, Délio afirmou que a atual gestão da OAB-DF aproximou as subseções. “Hoje, a advocacia está muito mais nas subseções do que no Plano Piloto. E nós tivemos esse olhar para elas. Vamos deixar todas com sedes próprias e temos um relacionamento muito próximo com os presidentes das subseções. Nós demos voz a essas pessoas que não tinham essa atenção. Foi uma gestão democrática”, considerou.

Sobre a questão do retorno presencial aos tribunais, explicou que a volta é gradual e que ainda há trabalhos sobre a presença dos advogados nas cortes. “Fizemos uma enquete. Nunca iríamos agradar a todos. Então nossa luta é para que o retorno viesse, aos poucos, e de forma híbrida. O advogado que se sentir confortável para fazer uma audiência de forma física, ele vai. O que não se sentir, faz de forma on-line. Essa é nossa luta”, destacou. Ele  destacou a resolução 314 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Ela falava exatamente isso: o advogado que não puder praticar aquele ato (audiência presencial) ele vai comunicar ao juiz. Não é pedir. Há diferença”, explicou.

Alinhamento

Apesar de fazer parte dos que, nos debates internos da OAB-DF, são contrários aos grupos aliados ao governador Ibaneis Rocha (MDB), quando este presidiu a Ordem, Délio garantiu que isso não interferiu na relação com o GDF. “Nós sempre atuamos de forma muito responsável. Na eleição passada, o governador participou e fez campanha para um candidato que era nosso opositor. Mas, depois de eleitos, isso é página virada. Não vivo de passados”, afirmou. Para ele, o atual período pede uma união das instituições. “Cobramos muito e continuamos a cobrar, mas sempre com possíveis soluções”, destacou.

 O atual presidente da OAB-DF frisou que a atuação da Ordem foi independente do governo e deve continuar assim, caso seja eleito. “Temos que andar juntos. A gente tem que ter responsabilidade suficiente para ser independentes, ser parceiros nos projetos e apontar o dedo quando as coisas estiverem erradas. Independentemente de questões político-partidárias”, explicou.