O Globo, n. 31595, 07/02/2020. Economia, p. 26

TST bloqueia contas bancárias de sindicatos de petroleiros em greve

Ramona Ordoñez


O Tribunal Superior do Trabalho (TST) aplicou ontem uma série de sanções aos sindicatos que participam da greve dos petroleiros, iniciada no dia 1º de fevereiro, como o bloqueio cautelar de contas bancárias. Além disso, o tribunal determinou a suspensão do repasse mensal às entidades sindicais e autorizou a Petrobras a realizar contratações emergenciais de pessoas ou serviços para compensar eventual falta dos grevistas.

As sanções valem para os sindicatos liderados pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) que estão descumprindo a decisão judicial de manter contingente mínimo de 90% dos trabalhadores. Cada entidade terá ainda que arcar com multa diária de R$ 500 mil.

Na decisão, o ministro do TST Ives Gandra afirmou que, pelo “viés atentatório aos dispositivos da lei de greve e à ordem judicial, a greve passou a revestir-se de caráter abusivo”.

Os petroleiros entraram em greve no sábado em protesto pelo fechamento da fábrica de fertilizantes da Petrobras no Paraná, a Ansa, com demissão de 400 empregados. Alguns deles fazem vigília na sede da estatal, no Centro do Rio.

Gandra considerou a greve de cunho político, com “conotação política e não econômica direta ”. Em nota, a Petrobras afirmou que informou aos sindicatos o contingente mínimo necessário em cada unidade e turno eque“aguarda cumprimento imediato da ordem judicial .” Todos os sindicatos informaram à FUP que manterão a greve. Segundo a federação ,18 mil trabalhadores aderiram.