O Globo, n. 31573, 16/01/2020. Economia, p. 19

Diretor-geral da ANP pede em carta para deixar cargo

Bruno Rosa
Ramona Ordoñez


Décio Oddone, diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) desde 2016, enviou carta ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, anunciando a antecipação do fim de seu mandato, que iria até dezembro.

Na carta, Oddone destacou que nunca pertenceu a qualquer grupo ou contou com padrinho político. “E sempre acreditei que um cargo público só deve ser exercido enquanto a missão a ele associada esteja por ser cumprida”.

Oddone, ex-funcionário da Petrobras, afirmou que o setor de petróleo vem passando por mudanças, com a criação do calendário de leilões, permitindo a retomada de investimentos no setor de óleo e gás. “O conjunto de leilões representou um marco para a retomada da indústria, que muda definitivamente de patamar. Com medidas como as rodadas, a oferta permanente, o estímulo à venda dos campos maduros e os estudos para o aproveitamento dos recursos além das 200 milhas, o Brasil voltou ao cenário internacional do petróleo. E retornou em grande estilo”, afirmou.

Ele disse ainda que todo esse processo de mudanças no setor “encerrou-se com os últimos leilões e a identificação das ações necessárias para eliminar as restrições regulatórias e estimular a competição nos setores de abastecimento, de distribuição e revenda de combustíveis automotivos e de aviação, de gás de cozinha e de gás natural”.

O diretor geral da ANP avalia que é hora de “iniciar o processo de composição da diretoria colegiada que deverá aprovar as alterações regulatórias que vão sustentar as transformações que começamos a construir”.