O Estado de S. Paulo, n. 46950, 04/05/2022. Política, p. A12

Ato do Solidariedade em apoio a Lula faz aceno ao centro

Beatriz Bulla


O Solidariedade selou ontem o apoio à candidatura do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto em evento na sede da Força Sindical com lideranças do PSD e um aceno da campanha do petista ao centro. Organizado pelo deputado Paulinho da Força (SP), presidente nacional da sigla, o evento atraiu o senador Omar Aziz (PSD-AM) e o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PSD-AM).

Paulinho convidou também os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Davi Alcolumbre (União Brasil-ap), mas eles não compareceram. Ramos e Aziz fizeram discursos a favor da candidatura de Lula e atacaram o presidente Jair Bolsonaro (PL). Lula retribuiu elogios, e cumprimentou Aziz pela CPI da Covid.

Paulinho sugeriu que a aliança em torno da candidatura do petista pode ser maior do que a atual, com atração de líderes de outros partidos nos Estados. "Precisamos juntar forças", disse. O deputado criticou aliados de Lula que, segundo ele, parecem achar que a eleição está ganha. "Não está ganha. Você vai ter uma guerra, não da direita do Brasil, da direita do mundo."

Reforma. O presidente do Solidariedade questionou ainda a estratégia da campanha do petista e sugeriu que o ex-presidente evite polêmicas, como a defesa da revogação da reforma trabalhista. "Esquece essa história de reforma trabalhista, ganha a eleição e eu resolvo com Marcelo Ramos na Câmara em dois meses", disse.

Lula respondeu. "Eu não penso que já ganhei as eleições, porque, se tem alguém nesse país que tem experiência de eleição presidencial, sou eu." No discurso, o petista citou pautas trabalhistas e fez acenos a grupos evangélicos.