O Globo, n. 31446, 11/09/2019. País, p. 6

Eduardo mantém hábito de andar armado fora da Câmara
Gustavo Maia


Um dia depois de publicar uma foto nas redes sociais ao lado do pai no quarto de hospital, exibindo uma pistola na cintura, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) manteve ontem o hábito de andar armado. Como informou o colunista Lauro Jardim, o terceiro filho do presidente repetiu o gesto na sede da Firjan, no Rio, onde participou de reunião com empresários. Logo no início da conversa, ele comentou que estava armado, e brincou dizendo que não era para ninguém ficar com medo.

Eduardo Bolsonaro tem porte de arma por ser escrivão, hoje licenciado, da Polícia Federal. Ele ingressou na corporação em 2010 e se elegeu deputado federal em 2014. Costuma andar com sua pistola Glock em várias eventos, mas não a carrega na Câmara dos Deputados. O porte de arma “de qualquer espécie” é proibido nos edifícios e nas áreas adjacentes da Casa.

O impedimento, que só não alcança os membros da segurança, é determinado pelo regimento interno da Câmara, no artigo 271. Desrespeitar essa norma constitui infração disciplinar, além de contravenção.

A assessoria de imprensa da Câmara explicou que a proibição se estende a qualquer pessoa, “inclusive, vale lembrar, membros das forças policiais”.

Questionada pelo GLOBO se o deputado anda armado na Câmara, a assessoria de Eduardo respondeu que dentro da Casa é proibido e que o repórter sabe disso.

Em novembro de 2014, o então deputado eleito foi com uma pistola a uma manifestação contra a então presidente Dilma Rousseff (PT). Na ocasião, ele disse à revista Veja SP que “sair de casa sem ela é o mesmo que esquecer a carteira” e que só não levaria a arma para a Câmara por ser proibido.