O Globo, n. 31492, 27/10/2019. País, p. 5

No Planalto, uma central de estratégia digital

Daniel Gullino
Gustavo Maia


Acusado de divulgar notícias falsas e de contribuir para a radicalização política, um grupo batizado de “gabinete do ódio” é alvo da CPI das Fake News. Com salários entre R$ 10 mil e R$ 13 mil, os servidores atuam em uma sala do terceiro andar do Palácio do Planalto, a poucos metros de onde despacha o presidente Jair Bolsonaro, como noticiou a revista eletrônica “Crusoé”. São três assessores da Presidência: Tercio Arnaud Tomaz, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz. Todos foram convocados a prestar depoimento.

Os dois primeiros, ex-funcionários do gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), são ligados diretamente ao presidente e foram efetivados no quarto dia do governo, tendo atuado na campanha e na transição.

Ambos recebem mensalmente R$ 13.623,39 em remuneração bruta. Já o terceiro ganha R$ 10.373,30 e foi nomeado na Secretaria de Comunicação em janeiro. Na justificativa para a convocação, apresentada pelo deputado Rui Falcão (PT-SP), eles são apontados como responsáveis por executar “estratégias de confronto ideológico e de radicalização de ataques nas redes contra adversários”.