O Globo, n. 31490, 25/10/2019. País, p. 6

PSL pode expulsar Eduardo e até irmão de Bolsonaro

Naira Trindade
Bruno Góes


Em um novo capítulo da guerra de poder no PSL, cinco parlamentares aliados ao presidente nacional do partido, Luciano Bivar, formalizaram um pedido de destituição de Eduardo Bolsonaro do diretório estadual em São Paulo e também a expulsão dele do PSL.

A notificação é assinada pelo senador Major Olimpio (SP) e pelos deputados federais Coronel Tadeu (SP), Joice Hasselmann (SP) e Abou Anni (SP) e Júnior Bozzella (SP). Além de Eduardo, eles pedem a destituição e expulsão de Gil Diniz, Thiago Cortês, Otávio Fakhoury e Renato Bolsonaro, irmão do presidente Jair Bolsonaro.

O documento foi entregue na quarta-feira ao PSL e registrado ontem em cartório de Brasília. Os parlamentares justificam o pedido de dissolução do diretório e de expulsão por má administração do regional de São Paulo. Eles também alegam haver desrespeito de Estatuto e do Código de Ética. E argumentam que houve trocas ilegais e “ditatoriais” nos diretórios municipais de São Paulo.

Rio também no alvo

Segundo o deputado federal Junior Bozzella, sob o comando de Eduardo o diretório deu início a cobranças de mensalidades “irregulares” dos filiados. Desde o início do ano o diretório paulista não recebe recursos do fundo partidário devido a punições por estar com documentação irregular.

Bozzella afirmou ainda que os filiados do diretório do Rio de Janeiro se movimentam para apresentar pedido similar para que o senador Flávio Bolsonaro deixe o diretório do Rio.

A notificação deve dar início a um processo no Conselho de Ética do PSL. No texto, os parlamentares pedem ainda que Eduardo tenha cinco dias para apresentar sua defesa. Caso não se pronuncie, pedem punição “sob pena de confissão”.

A ala jurídica do PSL aconselhou o presidente nacional da sigla, Luciano Bivar, a não entrar no embate de tomar os diretórios dos filhos de Bolsonaro. Com base nisso, surgiu a estratégia para que os interessados fizessem a representação ao partido.