O Globo, n.31.585, 28/01/2020. Economia. p.16

Taurus se associa à Jindal para produzir na Índia
Assis Moreira
Marcelo Ninio 
Leo Branco 


 

A fabricante brasileira de armas Taurus e o grupo siderúrgico indiano Jindal Steel anunciaram ontem, em Nova Délhi, a formação de uma joint venture para a produção de armas de pequeno porte na Ìndia. O anúncio foi feito num seminário de defesa paralelo à visita do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, à capital da Índia, encerrada ontem.

Na associação, a Ta urus entra coma tecnologia efica com 49% da empresa a ser criada na Índia. A Jindal, focada até agora na produção de aço, terá 51% e investirá R$ US$ 20 bilhões na etapa inicial. O objetivo é atender à demanda das forças de segurança na Índia.

O acordo conta com incentivos do governo indiano por meio de um programa de incentivo à indústria local chamado “Make in Índia”. A produção começa já no segundo semestre deste ano, inicialmente com revólveres e pistolas e, depois, armas militares.

AÇÕES SOBEM MAIS DE 6%

Abhyuday Jindal, diretor da Jindal, afirmou que a Taurus vai ajudar a atualizar os armamentos e munição disponíveis no mercado indiano, dando acesso às polícias e Forças Armadas do país à última geração de produtos do setor. Salésio Nuhs, presidente da Taurus, previu uma demanda militar indiana de meio bilhão de armas em cinco anos.

A CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos), principal acionista da Taurus, já tem um ajo int venture coma indiana SSSSp ri ngs para a produção de cartuchos paraus o milita rede caça na Índia a partir de 2021, firmada no ano passado. Além do Brasil, aC BC tem fábricas na Alemanha ena República Tcheca. Já a Ta urus tem fábricas no Brasil enos EUA, ondeéaqu ar tamar cade armas mais vendida. Recentemente inaugurou uma nova fábrica na Geórgia (EUA). Depois de uma séria crise, a empresa vem recuperando sua saúde financeira. No ano passado,o faturamento foi de R $1 bilhão, com 80% das vendas no exterior, informou Nuhs.

Os papéis da Taurus chegaram a subir mais de 10% ao longo do pregão, mas fecharam em alta de 6,11%.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse em Nova Délhi que vai trabalhar para abrir o mercado brasileiro de armas a estrangeiros para baixar o custo e facilitar o acesso à população. Para o presidente da Taurus, nenhuma empresa bélica vai querer se instalar no Brasil nas condições atuais:

—Pagamos 70% de imposto para fabricar no Brasil. Se exportarmos de EUA e Índia, não pagamos nada.