O Estado de S. Paulo, n. 46930, 14/04/2022. Economia & Negócios, p. B7

Instituto mantém proposta de volta de CPMF; executivos negam apoio

Célia Froufe 
Iander  Porcella 


Após a polêmica criada com a sugestão da volta da CPMF divulgada oficialmente na terçafeira pelo Instituto Unidos Brasil (IUB), um grupo de empresas que têm executivos associados à entidade disse ontem ser contrário ao retorno de um tributo similar ao “imposto do cheque”. As empresas JBS, Petz, Prevent Senior e o Giraffas afirmaram que não são associadas ao instituto, assim como o Hospital Albert Einstein.

Em nota, o IUB reafirmou apoio às Propostas de Emenda à Constituição (PECS) apresentadas em Brasília, mas disse que as medidas não são defendidas pela totalidade de seus associados. Após a reação das empresas, o instituto informou que está revisando internamente a lista de apoiadores.

O IUB é formado por mais de 300 associados e, depois da repercussão, alguns de seus membros reclamaram da proposta, dizendo não serem coautores ou mesmo coniventes com a sugestão da entidade. Dado o temor de verem suas marcas ligadas a um tributo de fama negativa, muitos vêm pedindo para se dissociarem do instituto.

O IUB fez três sugestões de PEC ao Legislativo. A mais polêmica é a que trata da desoneração da folha de pagamentos, atualmente taxada em 20% para empresários e 11% para trabalhadores. Por causa da crise, o governo vem isentando a cobrança para 17 setores, a maioria da área de serviços.

A proposta do IUB é que a medida seja permanente e para todas as atividades. Para compensar a perda de arrecadação, a sugestão do instituto é a de criar uma contribuição nos moldes da antiga CPMF. A alíquota seria definida por meio de lei complementar.

O IUB apresentou outras duas propostas: uma para “descentralizar” as agências reguladores e outra para colocar na Constituição princípios da “liberdade econômica”. •