O Estado de S. Paulo, n. 46925, 09/04/2022. Economia & Negócios, p. B7

Sem experiência, novos diretores da ANA terão desafio

Amanda  Pupo


Aprovada sob críticas públicas, a nova diretoria da Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) vai assumir o órgão com o desafio de provar que pode comandar a regulação de um dos setores que mais entusiasmam investidores de olho na infraestrutura brasileira. O Senado aprovou nesta semana as quatro indicações do governo Bolsonaro para o órgão regulador, que estava desfalcado. As escolhas, no entanto, não foram poupadas de críticas nos últimos meses

– inclusive por servidores da ANA – em razão da falta de experiência da maior parte dos candidatos nas áreas hídrica e de saneamento.

Embora indicações para outras agências tenham envolvido padrinhos políticos, os escolhidos tinham mais proximidade com as áreas de atuação dos órgãos.

Os futuros diretores terão nos próximos meses a responsabilidade de dar conta de um calendário já apertado de edição de normas de referência para os segmentos de água, esgoto e resíduos, além de comandar o processo que culminará na manutenção ou perda de contratos de saneamento.

A nova lei do saneamento (de 2020) gerou grande expectativa sobre a atuação da ANA. O texto atribuiu à agência a tarefa de uniformizar e dar diretrizes às regras deste mercado – normas historicamente fragmentadas, o que dificultou a entrada do capital privado. •