O Globo, n. 31481, 16/10/2019. País, p. 10

R$ 51 milhões: Celso de Mello vota para condenar Geddel

André de souza


O ministro Celso de Mello, revisor dos processos da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), foi o segundo a votar pela condenação do ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA) e de seu irmão, o ex-deputado Lúcio Vieira Lima (MDB-BA), no processo dos R$ 51 milhões encontrados em um apartamento em Salvador em 2017. O julgamento foi suspenso e será retomado pela Segunda Turma do STF na próxima terça-feira. Há duas semanas, o relator, ministro Edson Fachin, também já havia votado pela condenação. Faltam as decisões de Ricardo Lewandowski , Gilmar Mendes e Cármen Lúcia.

Assim como Fachin, Celso de Mello votou para condenar Geddel por associação criminosa e oito atos de lavagem. No caso de Lúcio, foram dois atos de lavagem, além de associação criminosa. Os dois ministros também votaram para absolver ex-assessor Job Ribeiro Brandão e o empresário Luiz Fernando Machado da Costa Filho, que eram acusados de ajudarem os políticos a ocultar o dinheiro no imóvel.

Propina da Odebrecht

Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), os R$ 51 milhões têm origem criminosa: propinas recebidas da construtora Odebrecht e repasses do operador financeiro Lúcio Funaro. Ainda segundo os investigadores, há provas de que a família Vieira Lima lavava dinheiro por meio do mercado imobiliário. Já as defesas alegaram nulidades em laudos incluídos no processo e falta de provas da origem supostamente ilegal do dinheiro.

O julgamento já tomou quatro sessões da Segunda Turma, que se reúne às terças-feiras. Em 24 de setembro, foram apresentadas as sustentações orais das defesas e da acusação.