Correio Braziliense, n. 21383, 02/10/2021. Política, p. 5

Brasília DF: 2022 caminha para vários candidatos e partidos divididos

Denise Rothemburg


A um ano das eleições, não existe um só partido no Brasil fechado em torno de um projeto seguro para conquistar o Planalto, e o próprio presidente Jair Bolsonaro nem partido tem. Das maiores legendas até as menores, as dúvidas são imensas, e a maioria não crê nas pesquisas. O PSL, que angariou tamanho com a eleição de Bolsonaro, encontra-se rachado, com uma banda a favor do presidente e outra apostando na fusão com o DEM, também recheado de incertezas. O PSDB está mergulhado numa prévia em busca de um candidato. O PSD de Gilberto Kassab aposta em Rodrigo Pacheco (DEM-MG), um nome que, embora tenha potencial, sequer ingressou na legenda, o que causa apreensão em seus filiados.

Mesmo na esquerda, mais orgânica e alinhada, a unidade inexiste. O PT tem uma maioria pró-Lula, mas há um grupo com dúvidas sobre a candidatura do ex-presidente. O PDT idem em relação a Ciro Gomes.

O cenário de múltiplas candidaturas deixará para o eleitor a tarefa de decidir se manterá a polarização entre Bolsonaro e Lula. A aposta dos partidos, hoje, é a de que, se algum candidato de centro chegar a setembro de 2022 com mais de 10%, terá condições de conquistar a vaga no segundo turno.

O jogo de Lula

O trabalho do ex-presidente, hoje, é evitar que a terceira via se consolide e ganhe força em torno de um candidato. Por isso, tem buscado, prioritariamente, grande parte daqueles que têm potencial para ajudar a fortalecer um candidato de centro. Na lista, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes; o PSB do prefeito de Recife, João Campos; e, de quebra, Alexandre Kalil, em Belo Horizonte.

Às ruas! E aos comerciais

Embora a mobilização de hoje tenha o chamamento de vários partidos, a ideia do PT é passar a mensagem de que quem mobiliza é Lula e o PT.

Vingança é um prato...

O ex-juiz Sergio Moro tem dito aos mais próximos que se mostra inclinado a disputar o Senado no Paraná e jogar seu peso político no apoio a uma candidatura de terceira via.

... que se come frio

A aposta de alguns é de que Moro ajudaria a tirar votos de Jair Bolsonaro, que no Sul do país continua com a preferência junto ao eleitorado conservador. Há quem diga, inclusive, que o apoio e o trabalho de Moro para um candidato pode ajudar a angariar votos

Novo alento

As vacinas aliviaram, mas não fizeram a retomada para valer da economia. Agora, diante do remédio contra a covid-19, a expectativa é a de que a economia tenha uma nova lufada de ar. As bolsas no mundo já reagiram positivamente com a notícia

Enquanto isso, na Câmara...

A expectativa é de novo adiamento das sessões presenciais da Câmara dos Deputados, por causa do alto registro de servidores com sintomas de covid-19 nos últimos dias. Algumas salas voltaram ao revezamento de funcionários.

Curtidas

A visão deles/ Os senadores que se preparam para receber o ex-presidente, na quarta-feira, acreditam que a polarização está posta e não haverá candidato de terceira via capaz de quebrar esse “fla-flu” político.

A sobrevivência deles/ A maioria deles, porém, é do Nordeste, onde o PT tem a preferência, e a aliança pode ser proveitosa para o MDB. Os sulistas, como o leitor da coluna já sabe, não votam em Lula nem amarrados.

Por falar em sobrevivente.../ O novo teste positivo do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, vem sob encomenda para tirá-lo do posto de último depoimento a ser feito na CPI da Covid.

Por falar em CPI/ Quem encerra a participação na CPI em grande estilo é o senador Fabiano Contarato (Rede-ES). Logo depois do depoimento em que ele fez um desabafo e cobrou um pedido de desculpas do empresário Otávio Fakhoury, por uma postagem homofóbica, formou-se quase que uma fila de cumprimentos e fotos em torno do parlamentar. (...)

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