O Estado de S. Paulo, n. 46880, 23/02/2022. Política, p. A11

Fachin diz que TSE ‘não se renderá’ a ataques

Weslley Galzo 


Em seu primeiro discurso no comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin mandou duros recados às milícias digitais e personalidades antidemocráticas do País, avisando que sua gestão será “implacável na defesa da história da Justiça Eleitoral”. Sem citar o presidente Jair Bolsonaro (PL), que não compareceu à cerimônia de posse ontem, mesmo após ser convidado pessoalmente por Fachin, o ministro disse que a instituição “não se renderá” a ataques contra o processo eleitoral.

O novo presidente fez um movimento simultâneo de convite ao diálogo a todos os atores envolvidos nas eleições deste ano e alerta a essas mesmas autoridades. “Parece-nos igualmente urgente e imprescindível cessar o esgarçamento dos laços sociais. Uma sociedade quista em comunhão não pode – simplesmente não pode! – flertar com o rompimento”, afirmou. “Como sabem, vivemos em um mundo novo, em que o espaço das redes digitais precisa ser defendido dos contra-ataques de criminosos que tentam vilipendiar as instituições”, disse. “A democracia é, e sempre foi, inegociável.”

Sociedade Civil. Além de anunciar o tom “linha dura” que sua breve gestão deve adotar, Fachin destacou a importância de as autoridades relevantes do processo eleitoral se unirem ao TSE e à sociedade civil no “comprometimento integral” de garantir a “estabilidade democrática”.

O ministro anunciou que uma de suas primeiras medidas à frente do cargo, já no mês de março, será a realização de reuniões com os dirigentes de todos partidos, com o objetivo de firmar cooperação institucional, sobretudo na área de combate às notícias falsas.