Correio Braziliense, n. 21376, 24/09/2023. Política, p. 2

Dossiê mostra limitação de apurações na CGU



A senadora Simone Tebet (MDB-MS) levou ontem, para a sessão da CPI da Covid, uma denúncia anônima que recebeu de dentro da Controladoria Geral da União. Segundo o dossiê, a CGU não realiza investigações aprofundadas contra autoridades federais de alto escalão. A parlamentar mostrou que auditores concursados do órgão, sem cargo comissionado, só podem assinar auditorias que investigam irregularidades em âmbitos estaduais e municipais — pois, no âmbito federal, apenas secretários ou diretores estão autorizados a realizar as apurações.

De acordo com a denúncia, o servidor entrega o relatório da investigação, mas sem a assinatura, a seus superiores, que podem editar o documento. “Qualquer atuação que desagrade o Executivo federal implica, necessariamente, na exoneração da chefia, que volta a ser assessor de carreira. É por isso, também, que auditores da CGU concursados, mas sem cargos em comissão, são completamente restringidos dentro de suas funções dentro do órgão, sendo impedidos, inclusive, de assinar relatórios que realizam. Todos os relatórios são assinados por servidores de cargos em comissão DAS4, 5 ou 6. Os dirigentes da CGU alegam que os relatórios são da instituição e não pode ser realizados por quem realizou os trabalhos, que são os auditores”, expôs a senadora.

A senadora pretendia indagar sobre isso ao ministro Wagner Rosário, quando compareceu à CPI, na última terça-feira — mas acabou impedida, pois, ao ser chamada por ele de “descontrolada”, uma grande confusão se formou e a sessão foi encerrada pouco depois. (JV e RF)

Leia em: https://www.cbdigital.com.br/correiobraziliense/24/09/2021/p2