O Globo, n. 31467, 02/10/2019. Economia, p. 28

Nova fase da Operação Carne Fraca conta com colaboração da BRF



A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagrar amontem a quarta fase da Operação Carne Fraca. Pelo menos 60 fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura são investigados por suspeita de receber R$ 19 milhões de ex-executivos da BRF, dona das marcas Perdigão e Sadia.

Foram cumpridos 68 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos servidores em nove estados, expedidos pela Justiça Federal do Paraná. Segundo o delegado federal Mauricio Moscardi Grillo, a investigação foi viabilizada pela colaboração espontânea da BRF, que admitiu e forneceu documentos comprovando a corrupção de fiscais por seus ex-funcionários:

— A empresa não vai ser investigada, mas pessoas envolvidas com ela na época dos fatos, executivos que atuaram nesse direcionamento, sim.

A investigação aponta que, até 2017, fiscais tiveram planos de saúde familiares custeados por propinas. Eles figuravam em planilhas internas como aposentados. O pagamento era feito em espécie. Também havia contratos fictícios com empresas ligadas a eles.

De acordo com Grillo, após a terceira fase da operação, em março de 2018 — que chegou aprender o ex-presidente da empresa —, mudanças no comando da BR F desencadearam um esforço de recuperação de provas.

As ações da BR F chegaram acair mais de 1% pela manhã coma notícia sobre a operação, mas fecharam o dia com queda de 0,55%.

Em nota, o Ministério da Agricultura disse ter “plena confiança” em sua área de fiscalização eque asirregul aridades são uma“exceçãoà regra ”. A BR F informou que aperfeiçoa controles internos e colabora com autoridades.