O Estado de S. Paulo, n. 46908, 23/03/2022. Política, p. A9

Antipetismo é maior que petismo, aponta pesquisa

Davi Medeiros
Natália Santos


 

Pesquisa FSB/BTG divulgada ontem apontou que 16% dos entrevistados afirmaram gostar mais do Partido dos Trabalhadores do que de outras legendas em atividade no Brasil. O índice é o maior entre os partidos. Por outro lado, o PT também ficou em primeiro lugar entre as siglas mais rejeitadas, segundo 28% dos entrevistados ouvidos pela pesquisa.

Metade dos consultados pela pesquisa disseram não rejeitar nenhuma sigla, e a maioria (76%) afirmou não ter nenhum partido de preferência.

Depois do PT, os mais rejeitados foram o PSOL e o "partido do Bolsonaro" – que é o PL, mas parte dos entrevistados não sabia –, ambos com 7%. Em seguida aparece o PSDB, com 5%, e nomeadamente o PL, com 4%. O MDB foi rejeitado por 3% dos entrevistados; o PSL e o PCDOB, por 2% cada.

Entre os partidos pelos quais há preferência, o PT foi o mais lembrado (16%) pelo nome. Em segundo, com 2%, aparecem menções ao "partido de Lula". Foram 7% os que disseram preferir "outros", o que também inclui o "partido de Bolsonaro", o MDB e o PSOL.

A pesquisa FSB/BTG ouviu 2 mil pessoas por telefone entre os dias 18 e 20 de março. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral sob o código BR-09630/2022.

Centrão. Pré-candidato do PT ao Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o próximo presidente da República deverá conversar com o Centrão para ter maioria no Legislativo. A afirmação foi feita dois dias após o petista dizer que a atual legislatura é "talvez o pior Congresso na história do Brasil" – o que gerou reação do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

"Qualquer presidente da República eleito democraticamente tem que conversar com essas pessoas, independente de gostar ou não. Tem que conversar em função dos projetos que você manda para o Congresso Nacional, de interesse do povo brasileiro, da indústria nacional, do sindicalismo...", disse Lula em entrevista a uma rádio de Criciúma (SC). "Agora, o que não dá é para você ver o Congresso funcionando da forma como está hoje, com o orçamento secreto."

Embora o orçamento secreto tenha surgido no governo de Jair Bolsonaro, a gestão de Lula também foi marcada por escândalos envolvendo a relação entre o Executivo e o Legislativo, como o mensalão, que levou à prisão de nomes importantes do PT.