Correio Braziliense, n. 20693, 18/01/2020. Brasil, p. 7

Witzel afasta diretor de empresa de abastecimento



O diretor de saneamento da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) do Rio de Janeiro, Marcos Chimelli, foi afastado na noite de quinta-feira do cargo. Desde o dia 6, a Cedae vem recebendo queixas de moradores de vários pontos da cidade sobre o sabor, o cheiro e o aspecto da água que sai das torneiras. A Polícia Civil e o Ministério Público estão investigando o problema. O governador Wilson Witzel (PSC), que estava de férias na Disney (EUA), voltou quarta-feira ao Brasil, em meio à crise da água. Na terça, ele já havia publicado nas redes sociais que a situação era “inadmissível” e que a empresa deveria “acelerar a solução definitiva”. Ao retornar, Witzel se reuniu com o presidente da Cedae, Hélio Cabral, para tratar da questão. Funcionários da Cedae estiveram na Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados para prestar esclarecimentos, entre eles o ex-chefe da Estação de Tratamento de Água do Guandu (onde houve falhas) Júlio César Antunes, que foi afastado do cargo na última terça-feira, e o atual responsável pela área, Pedro Ortolano. Investigadores também voltaram ao Guandu para colher amostras de água. A polícia investiga se houve falhas na operação da companhia ou mesmo sabotagem que possam ter levado à contaminação da água pela geosmina — substância formada por algas na presença de matéria orgânica e calor que causa o sabor e o mau cheiro na água. A Cedae garante que a única alteração encontrada na água foi a presença da geosmina, e que ela não faz mal à saúde. No entanto, há diversos relatos de pessoas que teriam passado mal depois da ingestão. Especialistas afirmam que a geosmina não causa o aspecto turvo que muitos moradores vêm apontando na água, e que a turbidez poderia ser causada por algum outro contaminante.