O estudo, feito entre agosto e novembro deste ano, mostra que 52% confiam no trabalho do Judiciário, enquanto 44% demostram desconfiança. Já a imagem da Presidência da República é pior: 63% afirmam que não acreditam no Executivo. O Congresso Nacional é o mais rejeitado entre os poderes, com 79% de opinião negativa.

Apesar de o Judiciário ter aprovação relativamente positiva, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) não conseguem obter a mesma confiança. Entre o público da pesquisa,   57% e 54% desaprovam ambas as cortes. Países como EUA (69%), Grã-Bretanha (62%) e França (53%) aparecem à frente do Brasil no quesito de confiança na Justiça.

Além disso, a população tem muitas queixas do Poder Judiciário. Entre os problemas mais relatados, que levam as pessoas a não recorrer à justiça, está a lentidão e a burocracia, detectada por 64% dos entrevistados. Favorecimento somente para quem tem dinheiro e poder é mencionado por 28% das pessoas. A não eficiência ou os casos não resolvidos são apontados por 20% dos cidadãos.

Apesar dos impasses, 59% dizem no levantamento que vale a pena recorrer ao Judiciário para garantir o cumprimento de direitos previstos na legislação, no combate às violações ao direito do consumidor e na omissão da administração pública e na prestação de serviços públicos.

O presidente da AMB, Jayme de Oliveira, disse que, para elevar os índices de confiança na Justiça, é necessário melhorar a imagem e popularizar suas funções perante a sociedade. “O dado positivo é que, entre as instituições da República, o Poder Judiciário é o mais bem avaliado. Outro dado bom é que, quando se compara com outros países, o levantamento mostra números parecidos ou próximos. Pra melhorar a imagem, é preciso tornar esse poder mais conhecido, e os seus segmentos precisam ser mais bem divulgados e aperfeiçoados”, frisou.

Fotografia

Grau de confiança da população:

Poder Judiciário — 52%

Executivo — 34%

Legislativo — 19%

Principais problemas do Judiciário:

Lentidão e burocracia — 64%

Favorece quem tem dinheiro/poder — 28%

Ineficiência — 20%

Fonte: Estudo da Imagem do Judiciário Brasileiro - FGV/AMB/Ipespe