Correio Braziliense, n. 20656, 12/12/2019. Cidades, p. 22

Economia cresce 1,8% no DF
Jéssica Eufrásio


Os setores da indústria, do comércio e de serviços no Distrito Federal apresentaram resultados positivos no terceiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. O mais recente boletim do Índice de Desempenho Econômico (Idecon-DF), divulgado ontem pela Companhia de Planejamento (Codeplan), mostra que a economia registrou 1,8% de variação no cenário considerado. A taxa superou o produto interno bruto (PIB) do Brasil, que subiu 1,2% em relação ao período de julho a setembro de 2018.

Para o secretário de Economia, André Clemente, os números mostram que o Governo do Distrito Federal está no “caminho certo”. “(Na fase de transição,) ninguém entendia que a redução de impostos viraria aumento da confiança e da segurança jurídica, gastos no mercado e no comércio. Estamos com várias empresas vindo para o Distrito Federal; o comércio aquecido; acabamos com taxas que eram predatórias, cancerígenas; (...) fizemos muito, mas é só o começo”, declarou.

A inflação no acumulado dos últimos 12 meses apresentou queda e ficou em 2,11% no terceiro trimestre. A expectativa é de que ela feche o ano em 2,74% — 0,32 pontos percentuais a menos que no fim de 2018 e abaixo da esperada para o país, de 3,84%. O panorama deve favorecer a atividade do comércio.

Além da queda no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fatores como a liberação de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS/Pasep; a expansão da concessão de créditos devido à redução dos juros decorrente das quedas na taxa Selic (reduzida para 5% ao ano); e a estabilização da massa salarial no DF — ainda que reduzida em 1,8% (R$ 3.887) — devem influenciar o consumo das famílias.

Gerente de contas e estudos sociais da Codeplan, Clarissa Jahns Schlabitz considera que os resultados da construção civil devem começar a aparecer no ano que vem e que há tendência de mais pessoas procurarem empréstimos. “Em 2020, se as bases continuarem como se encontram hoje, com inflação e taxa de juros baixas e economia entrando em trajetória positiva, a expectativa é de que tenhamos uma aceleração um pouco maior do que a vista neste ano”, avaliou.

O resultado mais recente do Idecon também ficou 0,4 ponto percentual acima do registrado no trimestre passado. A agropecuária teve 1,4% de variação — puxada pelo aumento na produção de milho. A taxa foi a mesma para a indústria, que acabou impulsionada pelo ramo da construção. Esse setor teve o melhor desempenho desde junho de 2013 e registrou crescimento de 0,8%. O grupo de serviços apresentou alta de 1,8%, movido, principalmente, pelas atividades no comércio (2,8%) e financeiras (2,4%).