O Globo, n. 31556, 30/12/2019. País, p. 6

Datafolha: atuação do STF é reprovada por 39%


Quatro em dez brasileiros avaliam a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) como ruim ou péssima, conforme aponta a pesquisa Datafolha divulgada pelo jornal "Folha de S. Paulo" ontem. Segundo os dados, a reprovação é de 39% — quase o dobro dos 19% que consideram a atuação da Corte ótima ou boa. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

A reprovação do STF é próxima a do presidente Jair Bolsonaro (36%). Já em comparação com o Congresso, a taxa é inferior: 45% classificam a atuação da Câmara e do Senado como ruim ou péssima.

Outros 38% dos entrevistados avaliaram o trabalho do Supremo como regular. Essa é a primeira vez que o instituto faz uma pesquisa sobre a aprovação da Corte. Por isso, não é possível saber se a taxa aumentou ou diminuiu. O Datafolha ouviu 2.948 pessoas entre os dias 5 e 6 deste mês. A pesquisa foi feita em 176 cidades do país. O nível de confiança é de 95%.

A reprovação do governo Bolsonaro se manteve dentro da margem de erro em comparação à pesquisa Datafolha de agosto, oscilando de 38% para 36%. Já o percentual de entrevistados que consideram o governo regular aumentou de 30%, em agosto, para 32%, também dentro da margem de erro. A taxa de quem avalia positivamente a gestão de Bolsonaro também se manteve estável. Foi de 29% para de 30%.

Críticos do presidente

A reprovação do STF é maior entre os moradores de cidades com mais de 500 mil habitantes, com um total de 44%. Nas capitais e regiões metropolitanas a avaliação ruim chega a 42%. O maior percentual, porém, está entre os que ganham mais de dez salários mínimos: 58%.

A Corte também é mais reprovada entre os que também rejeitam o governo Bolsonaro (o número chega a 49%) e, entre os que afirmam não confiar nas declarações do presidente (um total de 47% de reprovação).

O total de brasileiros que avaliam o Congresso como ruim ou péssimo subiu dez pontos percentuais, em comparação à pesquisa anterior, feita em agosto deste ano. A reprovação foi de 35% a 45%.

Em contrapartida, a taxa de quem acha a atuação da Câmara e do Senado regular caiu de 45% para 38%. E a aprovação, quem acha ótimo ou bom, se manteve dentro da margem de erro: 14%, agora, e 16%, na pesquisa de agosto.