De acordo com o professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB) José Luis Oreiro, a redução da taxa ocorre devido à inflação baixa. “A economia está funcionando muito abaixo do nível de fator de utilização. Os milhões de desempregados incentivam o hiato entre aquilo que a economia produz e o que é capaz de produzir”, explica. “Por isso é preciso diminuir os juros, para que haja maior demanda”.

A Selic é o principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação. Para 2019, a meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 4,25%. Nos anos seguintes, cai para 4% em 2020; 3,75% em 2021; e 3,5% em 2022. Todos os valores têm intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

A diminuição da Selic pelo Copom gera a tendência de barateamento do crédito, com o aumento da produção e do consumo. O resultado é a redução do controle da inflação e o incentivo à atividade econômica.

PIB

Paralelamente à redução na projeção da Selic, a expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida. Há quatro semanas consecutivas, a taxa segue em 0,87% em 2019. Os próximos anos também permanecem com as estimativas inalteradas: 2%, em 2020; e 2,5%, em 2021 e 2022.

De acordo com José Oreiro, o crescimento do PIB é determinado pela demanda. “A Selic é reduzida para aumentar a demanda e o estímulo monetário das empresas, que influenciam diretamente no PIB. Logo, quando reduz a Selic, a tendência é que o PIB aumente”, finaliza.