Correio Braziliense, n. 20584, 01/10/2022. Política, p. 05

Juiz mantém prisões da Spoofing

Vera Batista


O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, após ouvir os suspeitos em audiência de custódia, manteve a prisão preventiva dos dois últimos presos na Operação Spoofing, da Polícia Federal, “até que se conclua a perícia das mídias”. Ambos são acusados de participação nos ataques de hackers a celulares de autoridades. Thiago Eliezer Martins dos Santos, o Chiclete, e Luiz Molição, presos em 19 de setembro, são tidos como os responsáveis — com mais quatro pessoas já encarceradas — de invadir os aparelhos e divulgar informações importantes do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, parlamentares, procuradores da força-tarefa da Operação Lava- Jato em Curitiba e até do presidente Jair Bolsonaro.

Na audiência, ontem, o magistrado recusou os pedidos dos advogados, que queriam os clientes em liberdade, sem pagamento de fiança e substituição da prisão por outras medidas cautelares, como uso de tornozeleira. As defesas alegaram que os clientes são “primários, com residência fixa, moram com a família” e são estudantes. Thiago Santos, de acordo com o relatório do magistrado, faz curso de doutorado, e Luiz Molição é estudante de direito.

De acordo com o juiz Ricardo Leite, a periculosidade dos detidos está no fato de que “é impossível o monitoramento constante do custodiado, sendo necessária a manutenção da prisão”. Os primeiros presos na fase inicial da Operação Spoofing, em julho, foram Gustavo Santos, Suelen Priscilla de Oliveira, Danilo Marques e Walter Delgatti Neto, conhecido como Vermelho. Delgatti confessou que teve acesso aos telefones das autoridades entre março e maio de 2019.