Correio Braziliense, n. 20590, 07/10/2019. Política, p. 2

MDB quer empregos



Eleito ontem presidente do MDB, o deputado federal Baleia Rossi (SP) disse que terá como missão ampliar a base do partido nas eleições municipais de 2020 e defender a ampliação de empregos. “Queremos propor ao ministro Paulo Guedes (da Economia) um grande mutirão de empregos, porque hoje temos quase 13 milhões de desempregados, temos quase 7 milhões de pessoas que nem estudam nem trabalham, portanto, são 20 milhões de brasileiros que não têm nenhuma oportunidade de renda”, afirmou.

A ideia é fazer, em parceria com os 5.570 municípios, uma grande frente de trabalho com mão de obra pouco qualificada. “Trabalhos simples, de zeladoria, cuidar da cidade, varrer rua, cuidar das praças, para que emergencialmente possamos criar mais de 1 milhão de empregos no Brasil”, destacou Rossi. Ele disse que dinheiro para isso há e está parado em fundos que não são movimentados.

Na convenção Nacional do partido, realizada em um hotel de Brasília, Rossi lembrou que o MDB e o presidente Michel Temer tiveram a coragem de defender as reformas estruturais e que o atual presidente, Jair Bolsonaro, reconhece que essa recuperação do emprego no Brasil se deve muito “à participação do nosso governo”. Ele ressaltou que o MDB foi importante tanto para a reforma trabalhista, quanto para a reforma da Previdência.

 

Humildade

Em seu discurso, Rossi afirmou que o MDB precisa de uma identidade e mostrar que é “possível viver sem ser governo”. “Hoje, precisamos escolher novas bandeiras. É preciso saber que é possível viver sem participar de governo, porque somos muito maiores do que isso”, afirmou Rossi, que sucede o ex-senador Romero Jucá.

O ex-ministro Moreira Franco afirmou que é necessário ter “humildade” para reconhecer a necessidade de mudanças internas. “Temos que ter humildade e fazer diferente. Os resultados das últimas eleições para nós, do MDB, foram terríveis. Temos que incorporar, entender, mudar para, nas eleições municipais, termos a mesma recepção que o partido teve no passado”, afirmou.

Rossi também fez críticas ao modo de governar da atual gestão. “Nós sabemos que o extremismo não leva a nada e não deu certo em lugar nenhum do mundo. Nem a direita, que, às vezes, prega um saudosismo da época de exceção, nem a esquerda, que prega também um socialismo que fracassou no mundo. Nós temos que dialogar com outros partidos e propor uma saída pelo diálogo, pelo consenso, pela união”, completou. (VB)