O Estado de São Paulo, n. 46544, 24/03/2021. Metrópole. p.A17

Comitê quer mais 15 dias de SP na fase emergencial

Plano inicial prevê restrições até dia 30, mas UTIS estão cheias. Doria ainda avalia pedido

João Prata

Pedro Venceslau

O coordenador do Centro de Contingência ao Coronavírus ligado ao governo paulista, Paulo Menezes, disse ao Estadão ter enviado ao governador João Doria (PSDB) proposta para estender a fase emergencial do Plano São Paulo por mais 15 dias. Pelo calendário vigente, as medidas – que incluem mais restrições ao comércio e o veto a aulas presenciais e cultos religiosos – têm previsão de valer até dia 30. Doria ainda avalia se haverá prorrogação.

“A proposta está sendo discutida com o governador. Acredito que deve haver uma definição mais para o final da semana”, disse Menezes. Procurado, o Palácio dos Bandeirantes não se manifestou até as 19h30. Conforme o Estadão apurou com auxiliares de Doria, a tendência do governador é prorrogar a medida caso não haja registro de melhora consistente do quadro. Não é previsto novo anúncio de restrições para hoje.

Na avaliação do comitê, o sistema de saúde chegou ao colapso desde a semana passada e, para diminuir a ocupação de leitos, é fundamental que o plano de maior restrição seja mantido por pelo menos 30 dias. O Estadão ouviu outros integrantes do centro de contingência, que tem dado assessoria ao governo desde o início da pandemia.

Entre os 20 profissionais da saúde que participam do comitê, há concordância de que é necessária a permanência na fase emergencial pelo menos até o dia 30. Existe uma discussão, porém, se é melhor esperar até a data para estender a restrição ou se já deveria ser anunciada a partir de agora.

Baixada. O 1º dia de lockdown na Baixada Santista foi de praias desertas, grande parte de lojas fechadas, mas com o comércio essencial teve bastante movimento. Até 4 de abril, estão proibidos serviços de drivethru, feiras livres, quiosques, construção civil (só obras emergenciais) e locação de imóveis de temporada. Mercados, padarias, açougues, quitandas e peixarias abrem de segunda a sexta (6h às 20h) com 30% da capacidade e só vendem produtos essenciais. / COLABOROU LUCAS MELO, ESPECIAL PARA O ESTADÃO