Correio Braziliense, n. 20605, 22/10/2019. Brasil, p. 5

Reforço para conter o óleo

Ingrid Soares
Catarina Loiola


O presidente interino Hamilton Mourão afirmou que, desde ontem, aproximadamente 5 mil homens do Exército reforçam o combate ao vazamento de óleo e a limpeza das praias do Nordeste. O anúncio foi feito depois de reunião sobre a tragédia ambiental no Ministério da Defesa. Segundo ele, trata-se de efetivo da 10ª Brigada Motorizada, sediada em Recife. Também serão distribuídos equipamentos para as defesas civis dos estados e municípios alcançados pela sujeira.

As manchas que atingem 200 localidades, em 78 municípios de nove estados, desde o início de setembro, ainda são um mistério, pois não há como detectar a procedência, conforme enfatizou o presidente em exercício. “Pode vir a Nasa, pode vir quem quiser que não consegue enxergar. É um mistério”, desafiou.

Mourão destacou que o governo montou grupos de avaliação e de acompanhamento, em Salvador e Recife, além de um do Ministério da Defesa. Ele acredita que não demorará para que o óleo deixe de chegar às praias. E enfatizou que em torno de 700 toneladas de piche foram recolhidos.

“Não é óleo puro. Vem misturado com areia e dejetos do mar”, explicou, acrescentando que o material recolhido está sendo entregue às fábricas de cimento. Também há a percepção de que o volume de óleo está diminuído, mas não existe expectativa de quando deixará de chegar ao litoral.

Rebatendo críticas

Sobre a atuação do governo federal na contenção do avanço da mancha, que tem sido razão de críticas de políticos e ambientalistas, o presidente em exercício divulgou nota esclarecendo que “o governo federal, ao contrário do noticiado e indevidamente explorado, está tomando todas as providências para o monitoramento, limpeza e apuração das responsabilidades atinentes a esse grave e lamentável incidente”. A nota prossegue: “Desde o dia 2 de setembro, o Grupo de Acompanhamento e Avaliação, constituído pela Marinha do Brasil, Ibama e Agência Nacional do Petróleo, por meio da Petrobras, com apoio dos estados, municípios e voluntários trabalha ininterruptamente para conter os danos ocasionados pelo derramamento de óleo no litoral do Nordeste”. Garante ainda que o governo prossegue na “investigação das responsabilidades que incidem sobre mais 30 navios estrangeiros de 10 bandeiras diferentes que circularam na área”.

*Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi