Correio Braziliense, n. 21205, 15/06/2021. Economia, p. 7

Guedes: auxílio pode ir até outubro
Vera Batista
Fernanda Fernandes
Gabriela Chabalgoity
15/06/2021



O ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou ontem que o governo vai prorrogar o auxílio emergencial até outubro, e nos valores atuais, entre R$ 150 a R$ 375. A extensão, segundo o ministro, se faz necessária, já que, estima ele, até outubro, toda a população adulta estará vacinada contra a covid-19. Atualmente, o auxílio emergencial contempla cerca de 39,1 milhões de brasileiros.

A prorrogação deve ocorrer por Medida Provisória. A necessidade de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para isso, aventada anteriormente, perdeu força porque esse tipo de crédito já fica fora do teto, e há espaço na meta fiscal (que permite rombo de até R$ 247,1 bilhões no ano) para acomodar o gasto adicional.

De acordo com o economista Gil Castello Branco, especialista em contas públicas e secretário-geral da Associação Contas Abertas, a crise social do Brasil com a pandemia é crítica. Envolve situações controversas, como a necessidade social dos mais pobres, o equilíbrio das contas públicas a política partidária e a quantia de votos. "Na prática, a melhor saída é mesmo a prorrogação do auxílio emergencial", disse Castello Branco. Ele lembrou que, para todo o ano de 2021, o Bolsa Família tem orçamento de cerca de R$ 34 bilhões. E o auxílio emergencial, com essa base de beneficiados e somente por três meses, custa em torno de R$ 44 bilhões.