O Globo, n. 32056, 13/05/2021. País, p.6

 

 

Omissão documentada

 

 

A CARTA COM OFERTA DE VACINA FOI 2 MESES SEM RESPOSTA DE BOLSONARO E MINISTROS

 

André de Souza

Juia Lindner

 opais@oglobo.com.br

 

O ex-secretário de comunicação da presidência Fábio Wajngarten entregou à Covid CPI carta da farmacêutica Pfizer oferecendo vacinas contra a Covid-19 ao presidente Bolsonaro, vice Mourão e três ministros. A proposta, datada de 12 de setembro, ficou sem resposta até 9 de novembro, servindo como um documento da omissão do governo na compra de imunizantes para conter a pandemia desde 2020. Wajngarten, no entanto, poupou Bolsonaro e o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello das críticas e evitou repetir a afirmação de que o Ministério da Saúde era “incompetente”, como afirmou em entrevista à revista Veja. O ex-secretário disse que soube da carta e procurou o CEO da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, no dia 9 de novembro. No texto, a Pfizer alertava que "rapidez é fundamental" ”Murillo testemunha hoje no ICC. O depoimento de Wajngarten ocorreu em clima de forte tensão: o relator do TPI, senador Renan Calheiros (MDBAL), o acusou de mentiroso e pediu sua prisão. O senador Flávio Bolsonaro (republicano-RJ) reagiu chamando Renan de “vagabundo” e disse que a oposição usa a CPI como plataforma. Wajngarten irritou os senadores ao apresentar uma série de contradições em relação a declarações anteriores sobre a compra de vacinas e campanhas publicitárias durante a pandemia. O presidente do TPI, Omar Aziz (PSD-AM), encaminhou ao Ministério Público pedido de investigação do crime de falso testemunho. A defesa de Wajngarten negou que seu cliente mentiu. O senador Renan Calheiros (MDBAL), acusou-o de mentiroso e pediu sua prisão. O senador Flávio Bolsonaro (republicano-RJ) reagiu chamando Renan de “vagabundo” e disse que a oposição usa a CPI como plataforma. Wajngarten irritou os senadores ao apresentar uma série de contradições em relação a declarações anteriores sobre a compra de vacinas e campanhas publicitárias durante a pandemia. O presidente do TPI, Omar Aziz (PSD-AM), encaminhou ao Ministério Público pedido de investigação do crime de falso testemunho. A defesa de Wajngarten negou que seu cliente mentiu. O senador Renan Calheiros (MDBAL), acusou-o de mentiroso e pediu sua prisão. O senador Flávio Bolsonaro (republicano-RJ) reagiu chamando Renan de “vagabundo” e disse que a oposição usa a CPI como plataforma. Wajngarten irritou os senadores ao apresentar uma série de contradições em relação a declarações anteriores sobre a compra de vacinas e campanhas publicitárias durante a pandemia. O presidente do TPI, Omar Aziz (PSD-AM), encaminhou ao Ministério Público pedido de investigação do crime de falso testemunho. A defesa de Wajngarten negou que seu cliente mentiu. Wajngarten irritou os senadores ao apresentar uma série de contradições em relação a declarações anteriores sobre a compra de vacinas e campanhas publicitárias durante a pandemia. O presidente do TPI, Omar Aziz (PSD-AM), encaminhou ao Ministério Público pedido de investigação do crime de falso testemunho. A defesa de Wajngarten negou que seu cliente mentiu. Wajngarten irritou os senadores ao apresentar uma série de contradições em relação a declarações anteriores sobre a compra de vacinas e campanhas publicitárias durante a pandemia. O presidente do TPI, Omar Aziz (PSD-AM), encaminhou ao Ministério Público pedido de investigação do crime de falso testemunho. A defesa de Wajngarten negou que seu cliente mentiu.

O secretário de Comunicações da Oex, Fabio Wajngarten, entregou à CPI da COVID uma carta enviada pela Pfizer em setembro do ano passado oferecendo vacinas ao presidente Jair Bolsonaro, ao vice-presidente Hamilton Mourão e a três ministros. O documento, de 12 de setembro, ficou dois meses sem resposta do governo federal, e o ex-secretário informou que tomou a iniciativa de responder no dia 9 de novembro, apesar de não ter sido abordado. Orela TOÀ CPI e acarta reforçam as indicações da omissão do governo federal na aquisição de imunizantes - um dos temas centrais da comissão. Em comunicado que começou pela manhã e só terminou à noite, Wajngarten, no entanto, tentou poupar Bolsonaro das críticas por atrasos na compra e na conduta no enfrentamento da pandemia em geral.

Além do presidente e do vice, a Acartada P fazer teve como destinatários os ministros Eduardo Pazuello (demitido da Saúde em março), Paulo Guedes (economia) e Braga Netto (então na Casa Civil, hoje na defesa). Wajngarten contou ter sido avisado pelo dono da rede de TV !, Marcelo De Carvalho, sobre a existência da carta, e que você estava em resposta há dois meses. Um apresentador do canal era casado com um diretor da Pfizer.

- Acarta foi enviada em 12 de setembro. O proprietário do veículo de comunicação me avisa no dia 9 de novembro. Broque acarta não havia sido respondido. Estou mandando um e-mail para o presidente da Pfizer, que está nessa carta. Eu respondi aquela carta no dia em que a recebi.

Ele disse ter recebido no mesmo dia da resposta um telefonema do CEO da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, que testemunhou hoje no ICC. Wajngarten contou ter entrado no gabinete deBol sonar O durante reunião naqua lestava também Paulo Guedes Comore apresentador do Grupo Farmacêutico ao telefone. O ministro teria afirmado que a compra da vacina foi “do jeito certo”.

Na carta, assinada por Albert Bourla, CEO global da indústria farmacêutica, a empresa destacou o avanço da pesquisa, que contou com 30 mil voluntários em todo o mundo, e a possibilidade de pedir autorização aos órgãos reguladores em outubro. Ele prometeu esforços para tornar o Brasil um dos países a receber o imunizante, mas ressaltou que “a rapidez é fundamental devido à demanda de outros países e ao número limitado de dedos e sem 2020” ”. Acarta destaca que houve antes das reuniões de deputados de P fazer no Brasil com representantes dos Ministérios da Saúde e da Economia, que a empresa aguardava resposta.

Wajngarten disse que após a resposta ele teve uma reunião na semana seguinte com Murillo. Em seguida, ele teve mais duas reuniões em dezembro com representantes da empresa. No governo, porém, as cláusulas do contrato proposto pela Pfizer foram consideradas "leoninas", nas palavras do ex-secretário. A farmacêutica queria que o Brasil se arriscasse por qualquer efeito adverso do imunizante, que oferecia garantias de instalação de uma câmara de arbitragem na Nova York para dirimir disputas.

Ao contrário de entrevista à Veja "em que criticava o Ministério da Saúde, o ex-secretário procurou poupar tanto a presidente quanto Paz UEL Io da culpa do episódio. Ele ressaltou que, por cláusulas obrigatórias, a decisão de assinar ou não" era difícil".

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (RedeAP), disse que o ex-chefe da Secom deixou claro como o governo foi "omitido":

- A compra só veio a ocorrer este ano, depois que o Congresso, deu certeza jurídica para a aquisição.

A compra só foi celebrada depois que o Congresso aprovou um projeto de iniciativa do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (Dem-MG). As primeiras doses só começaram a ser aplicadas neste mês, enquanto outros países iniciaram a vacinação com o imunizante entre dezembro e janeiro.

No G1, o vice-presidente Mourão disse que a acarta não foi repassada para ele. Segundo ele, sua equipe rastreou o documento, que teria entrado no governo pela presidência e depois encaminhado aos ministérios. Todos os outros destinatários foram procurados, mas não responderam ao globo.