O Globo, n. 32045, 02/05/2021, País, p. 15

 

No Rio, cinco nomes são credenciados no Senado

02/05/2021

 

 

Com apenas uma vaga em disputa, a disputa pelo Senado ainda tem poucas peças no tabuleiro das eleições do ano que vem no Rio. Dos cinco nomes indicados para a casa, três já se apresentam como pré-candidatos: o senador Romário (PL), em busca da reeleição; o prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB); e o deputado federal bolsonarista Otoni De Paula (PSC), que pode atrapalhar os planos do ex-prefeito Marcelo Crivella (republicano). Mas a lista vai aumentar. Partidos como PT, PDT e PSB trabalham para definir seus representantes. No campo esquerdo, PDT e PSB vêm trabalhando com a proposta de composição da chapa majoritária com outros partidos. Segundo o deputado federal Alessandro Molon, presidente regional do PSB, a prioridade será a criação de uma placa que impeça as vitórias do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição e seus aliados no estado do Rio. A sigla indicaria um nome para o Senado, e o próprio Molon é uma das opções. —Trabalhamos na construção de uma placa capaz de derrotar o Bolsonaro e seus aliados no Rio. O nome do candidato ao Senado ainda não foi definido. Porém, se houver viabilidade e meu nome for necessário para atingir essa meta, concorrerei à vaga - explica Molon, que desistiria da disputa pela reeleição na Câmara. O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, diz que os pedreiros trabalham com o lançamento de um nome para o Palácio da Guanabara, e a sede do Senado seria, a princípio, uma aliada. O nome do ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves tem a benção de Lupi para contestar o governo do estado. 

Ainda segundo o presidente do PDT, a mesma estratégia de combinar o nome do Senado com alianças nacionais e sucessão a governos será utilizada em outros estados, como São Paulo. Os nomes só serão definidos no segundo semestre. Entre os evangélicos, o nome do deputado Otoni De Paula surge como principal candidato, ao lado de Washington Reis. Nós, parlamentares, afirmamos que entre os aliados que defendem o lançamento de seu nome está a Igreja Universal do Reino de Deus. A candidatura implicaria o embarque do parlamentar nos republicanos. Mas a escolha de seu nome dificultaria uma possível tentativa de retorno ao Senado do ex-prefeito Marcelo Crivella (republicano), que já teve mandato na Câmara. Crivella tenta resolver pendências junto à Justiça para viabilizar sua candidatura no próximo ano. Interlocutores afirmam que uma segunda opção para o ex-prefeito seria a câmara, garantindo foro privilegiado. Com o fim do mandato, o senador Romário trocou o Podemos pelo PL para tentar a reeleição. Ele foi seduzido pela estrutura do partido, que hoje soma 22 prefeitos, com possibilidade de chegar a 25.

A meta é ramificar outros chefes do Executivo municipal e chegar a cerca de 50 no próximo ano. - O apoio dos prefeitos será importante para aproximar ainda mais o nosso candidato do Senado dos eleitores. Romário é hoje o principal nome a disputar uma vaga na Câmara - afirma o presidente regional do PL, Altineu Côrtes, que chegou a ser listado para a disputa, mas desistiu com a chegada do novo colega de partido e pretende disputar reeleição. Tanto o PL quanto o MDB buscam a vaga no Senado na chapa do governador Cláudio Castro (PSC). Washington Reis já dá como certa a escolha e afirma que deixará a cidade de Duque de Caxias em abril do ano que vem. Já Altineu diz que a entrada do PL no governo estadual carimbaria o passaporte para a placa de Castro.