O Globo, n. 32037, 24/04/2021, Rio, p. 13

 

Lucas Tristão e empresários investigados deixam a prisão 

24/04/2021

 

 

Lucas Tristão, ex-secretário e braço-direito do governador afastado do Rio, Wilson Witzel, poderá deixar a prisão e responder aos processos contra ele em liberdade, conforme antecipou ontem a coluna de Ancelmo Gois. A medida vale também para os empresários Alessandro de Araújo Duarte,

Cassiano Luiz da Silva e Juan Elias Neves de Paula, outros alvos da Operação Placebo, que apurou desvios em contratos na Saúde. A troca das prisões preventivas por medidas cautelares foi concedida pela juíza Caroline Vieira, da 7ª Vara Federal da Justiça do Rio, substituta do juiz Marcelo

Bretas, que se declarou impedido de julgar o caso. Em sua sentença, ela afirmou que os acusados estão presos preventivamente há quase oito meses, mais precisamente 239 dias, "sem que sequer a instrução processual tenha sido iniciada". Com as medidas cautelares, eles estão proibidos de deixar o país e terão monitoramento eletrônico em tempo integral.

— A magistrada decidiu com muita razoabilidade. Ela verificou a existência de excesso de prazo — afirmou Patrick Berriel, advogado de defesa de Cassiano Luiz da Silva. A Operação Placebo foi um desdobramento da Operação Favorito,queresultounoafastamentodeWitzel.Nasinvestigações,oMinistérioPúblico Federal afirmou que empresas da área de saúde pagavam propinas em troca de contratos. Segundo a denúncia, Duarte, Silva, Neves e Tristão seriam operadores do empresário Mário Peixoto.