O Globo, n. 32019, 06/04/2021, País, p. 7

 

MP investiga empréstimo para Flávio comprar mansão
Aguirre Talento
06/04/2021

 

 

 

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) abriu uma investigação preliminar para apurar possíveis irregularidades na concessão de um financiamento pelo Banco de Brasília (BRB) para a compra de uma mansão de R$ 6 milhões pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro.

A investigação foi aberta após uma representação do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), que apontou que as condições do financiamento fugiam aos padrões adotados pelo mercado. Um dos pontos era que a renda mínima de Flávio e de sua mulher, a dentista Fernanda, seriam inferiores ao exigido para um financiamento de R$3 milhões.

Trata-se até o momento de uma “notícia de fato”, fase preliminar de uma investigação. Caso o MPDFT considere que há necessidade de aprofundar a apuração, pode ser aberto posteriormente um inquérito.

O caso ficará sob investigação na Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep).

Quando a compra da casa veio a público, a defesa do senador e o BRB negaram irregularidades na operação financeira. O BRB sustenta que as condições do financiamento de Flávio correspondem ao padrão do mercado.

A mansão, comprada no fim do ano passado, fica no Lago Sul, bairro nobre de Brasília. Em outro caso, Flávio foi denunciado pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) por organização criminosa, lavagem de dinheiro, peculato e apropriação indébita. A acusação trata da suposta prática de “rachadinha” no período em que foi deputado estadual no Rio.

GASTOS NAS FÉRIAS

Também ontem, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu à Corte que investigue os gastos de R$ 2,3 milhões do governo com as férias do presidente Jair Bolsonaro, entre 18 de dezembro de 2020 e 5 de janeiro. De acordo com o colunista Lauro Jardim, o subprocurador-geral Lucas Furtado pede que sejam analisadas a “pertinência e a oportunidade” dos gastos”, em função da pandemia e da crise econômica.