Correio Braziliense, n. 21.141, 12/04/2021. Brasil, p. 5

 

CoronaVac: eficácia maior

12/04/2021

 

 

Um artigo científico em pré-print (ainda sem revisão por pares) aponta que a eficácia da CoronaVac contra a covid-19 é maior do que o dado anteriormente divulgado. A chamada eficácia primária, que representa a proteção da vacina contra a doença em qualquer intensidade, passou de 50,38% para 50,7%, chegando a 62,3% quando o intervalo entre as doses foi maior que 21 dias. Contra casos moderados, o imunizante tem eficácia de 83,7%, quando o dado anterior apontava 78%.

As informações constam de artigo elaborado pelos profissionais que conduziram os testes da Coronavac no Brasil, liderados pelo Instituto Butantan. O documento foi submetido para análise da revista científica The Lancet. A bula da CoronaVac estipula o intervalo para a segunda dose como de 14 a 28 dias, mas a aplicação a partir do 21º dia já é defendida pelo Butantan desde o mês de janeiro.

O estudo avaliou o efeito da vacina em 12,4 mil voluntários em 16 centros de pesquisa no país e teve os primeiros resultados divulgados pelo governo de São Paulo em 7 de janeiro. A vacina começou a ser aplicada nacionalmente em 18 de janeiro e a produção pelo Butantan representa a maior parte das doses distribuídas no país até aqui.

"Esse estudo corrobora o que já havíamos anunciado há cerca de três meses e nos dá ainda mais segurança sobre a efetiva proteção que a vacina do Butantan proporciona", afirmou em nota à imprensa Dimas Covas, diretor do Instituto.

Uma outra informação que consta do artigo é que a CoronaVac se revelou eficaz na proteção contra as chamadas variantes de preocupação P.1 e P.2 do vírus SARS-CoV-2. O aumento da circulação da P.1 é associado à vertiginosa elevação da curva de casos, internações e mortes vista no país a partir de janeiro.