Correio Braziliense, n. 21.138, 09/04/2021. Cidades, p. 15

 

Rodoviários morrem, e escolares pedem auxílio

Ana Maria da Silva

Larissa Passos 

09/04/2021

 

 

Dois rodoviários do Distrito Federal morreram de covid-19, entre quarta-feira e ontem. Uma das mortes aconteceu no mesmo dia em que a categoria fez uma carreata para pedir mais doses da vacina para que seja imunizada. O ato foi feito exclusivamente para cobrar a agilidade do Ministério da Saúde na distribuição dos imunizantes, uma vez que o Governo do Distrito Federal (GDF) se comprometeu a colocar a categoria como prioridade na campanha.

O primeiro que veio a óbito foi Marcondes José dos Santos, 54 anos. Ele trabalhava na empresa de transportes Piracicabana. O outro foi José Marinho de Souza, 61. Ele atuava na Urbi Mobilidade Urbana. Ambos estavam internados há uma semana devido à covid-19

De acordo com João Jesus de Oliveira, vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, com esses dois óbitos a categoria soma 24 vítimas do novo coronavírus. "A gente está bastante preocupado. A única coisa que estamos fazendo é orientando os trabalhadores a manter o distanciamento, uso da máscara e a higienização das mãos. É a única solução que tem no momento", disse.

O vice-presidente entrou em contato com o secretário de Transporte e Mobilidade do DF, Valter Casimiro, para saber quais providências poderiam ser tomadas contra a covid-19. "Está incontrolável, ele está em contato com a Secretaria de Saúde", alega.

Protesto

O pagamento do novo auxílio emergencial mobilizou um grupo de motoristas de transportes escolares na manhã de ontem. Os manifestantes pedem a inclusão da categoria no benefício. Cerca de 50 vans se reuniram no estacionamento da Praça do Buriti para o ato.

De acordo com o presidente do Sindicato de Transportes Escolares de Brasília (Sintresc-DF), Nazon Simões Vilar, cerca de 2.046 pessoas fazem parte da categoria no DF, sendo que 80% trabalham com escolas públicas. "Esse grupo está parado totalmente. Desde o ano passado, não trabalham e estão sem renda", pontua.

Nazon explica que, durante 2020, a categoria conseguiu receber um auxílio de R$1.200, que foi prorrogado por três meses em parcelas de R$ 600. "Esse benefício era a renda dos trabalhadores e terminou agora, no mês de fevereiro", explica. Segundo o presidente, o ato seguirá até o governador Ibaneis Rocha (MDB) oferecer uma solução.